Orçamento da UFV para 2015 sofre redução de quase R$ 30 milhões

MEC propõe que universidades reduzam 10% nos gastos com custeio e 50% em investimentos

Orçamento da UFV para 2015 sofre redução de quase R$ 30 milhões

A reitora Nilda de Fátima Ferreira Soares reuniu representantes da comunidade acadêmica para apresentar o orçamento geral da UFV para 2015, com um corte de aproximadamente R$ 30 milhões em relação ao ano anterior. Essa reunião geralmente acontece no início ao ano, mas desta vez foi postergada em virtude do atraso da aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA) pelo Congresso Nacional. Em consequência disso, o decreto de execução da LOA foi emitido em 22 de maio, quando ficou definida em 19% a redução do orçamento do MEC. Diante desse corte, em reunião com a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), o MEC orientou, no dia 11 de junho, que as universidades federais trabalhem com a redução de 10% em atividades de custeio (como diárias, capacitação, contratos de terceirização) e de 50% no capital de investimento (dentre obras e equipamentos).
O corte que atinge todas as instituições federais de ensino superior brasileiro é reflexo da crise financeira que atinge o país.
A reunião aconteceu no Salão Nobre do Edifício Arthur Bernardes, na última quinta-feira, 25, contando com a presença de pró-reitores, diretores dos Centros de Ciências, chefes de departamento e coordenadores dos cursos de graduação.
Durante o evento a reitora Nilda também destacou as ações que estão sendo postas em prática dentro da UFV para enfrentar esse período de contenção orçamentária.
A partir do orçamento geral apresentado, os diretores dos quatro Centros de Ciências da UFV e o pró-reitor de Planejamento e Orçamento irão discutir os valores destinados para cada Departamento da Universidade. Após apresentar os dados, a reitora ouviu sugestões e as dúvidas dos professores, disse que conta com o empenho de todos na redução dos gastos, e que realizará reuniões como essas também em Rio Paranaíba e em Florestal, na próxima semana.

Os números
Para dar uma ideia do quanto os cortes representam para o dia a dia da instituição, a reitora disse que o valor previsto para o orçamento da UFV para 2015 era de R$ 122.291.672 milhões. Desse total, R$ 79 milhões seriam destinados para rubricas de investimento e R$ 44 milhões para as de custeio. Com a redução, anunciada pelo MEC, a UFV terá que trabalhar com o orçamento de R$ 92.418.901 milhões, sendo cerca de R$ 70 milhões destinados para ações de assistência estudantil, diárias, capacitação, contratos de terceirização, e R$ 22 milhões para realização de obras e aquisição de equipamentos, dentre outros.

Assistência estudantil, serviços e obras serão mantidos
De acordo com Nilda Soares, “embora a definição orçamentária tenha sido divulgada recentemente, já estão acontecendo reuniões desde o começo do ano com membros da administração da UFV para reavaliar ações e prioridades com o objetivo de indicar medidas que se adequassem à escassez de recursos”. Mesmo com os ajustes necessários, a reitora destacou que a UFV prezará pela “excelência e qualidade”, garantindo que a assistência estudantil, que atende até 4 mil alunos nos três campi, principalmente com moradia e alimentação, será mantida. Dentre os serviços nos campus, ela garantiu que os contratos com empresas terceirizadas serão cumpridos, mas com renegociações, por exemplo, em período de férias dos funcionários. Também garantiu que as obras, que estão em fase de conclusão, serão priorizadas. Dentre elas a Unidade de Atenção Especializada em Saúde (Uaes), o Edifício da Fitotecnia, a reforma da piscina e do vestiário do Departamento de Educação Física, do campus Viçosa; a rede elétrica e a subestação de Rio Paranaíba; e os restaurantes universitários nos três campi.

Redução de custos
As ações para reduzir gastos na UFV estão sendo pautadas principalmente pelas avaliações e levantamentos da Comissão de Sustentabilidade, que tem trabalhado na elaboração do Plano de Gestão Logística Sustentável, informou a reitora. Para exemplificar, Nilda Soares apresentou os gastos com a energia elétrica, que chegam a R$ 800 mil por mês, gasto que, segundo ela, poderá ser significativamente reduzido se todos cooperarem com ações de redução consumo. Quanto a isso, Nilda disse que vem solicitando mais conscientização de toda a comunidade acadêmica a partir de medidas simples, como tornar a utilização dos ramais telefônicos da UFV mais eficientes e economizar no uso de energia, de água e de papel. “Pequenas ações podem representar muito. Os computadores, por exemplo, temos cerca de 6 mil na Universidade. Se cada um desligasse o seu computador quando não o utilizasse, o gasto seria menor”, disse.
Nilda garantiu ainda que outras ações estão sendo trabalhadas, como a diminuição dos custos com a Semana do Fazendeiro e com a Colação de Grau; a revisão dos custos de encargos para a realização de cursos e concursos; a redução do custo na emissão de diplomas e a correção da tabela de quilômetro rodado da frota da Universidade.

Perspectivas
Apesar do período de restrição que a UFV precisará enfrentar, a reitora da entidade lembrou que em 2015 há também pontos positivos a serem ressaltados. Um deles, a elaboração do Plano de Segurança, que será apresentado em setembro, é uma demanda recorrente entre toda a comunidade acadêmica. Outro, é que a UFV tem avançado no processo de internacionalização como uma das universidades do país que mais enviam estudantes para o exterior. Prova disso, enfatizou a reitora, é que, a partir do número elevado de estudantes da UFV em intercâmbios na Itália, o MEC aprovou que o Núcleo de Línguas (Nucli) da Universidade passe a oferecer minicursos de italiano, além dos de inglês e francês.