Juiz Criminal critica audiência

Juiz Criminal critica audiência

O juiz criminal da Comarca de Viçosa, Dr. Omar Gilson de Moura Luz, concedeu entrevista à Rádio Montanhesa (Programa Tempo Real), nesta semana, explicando sua ausência à reunião extraordinária da ALMG em Viçosa.
Ironizando as palavras do deputado presidente da audiência, sargento Rodrigues, o magistrado iniciou a entrevista dizendo que "o choro é livre", acrescentando que essas audiências sempre foram vistas por ele "com maus olhos, porque não resultam em nada. São faroleiros. O tempo que se gasta é inútil. A questão diz respeito, no sentido estrito, ao Poder Executivo. Jamais estará afeta, em tempo algum, a qualquer posição do Poder Judiciário. É brincadeira os deputados lamentarem a ausência do Poder Judiciário. Juiz não é polícia nem deputado. Eles devem se preocupar em fazer leis que realmente coíbam e punam. Uma audiência pública desse jaez diz respeito a questões de natureza administrativa e no que tange ao sistema logístico das polícias. Nunca foi questão do Judiciário, que não tem que perder tempo com esse tipo de coisa. Até poderíamos estar lá por questão de deferência ao Legislativo, mas nunca ser cobrado por essas questões. Eu não irei a nenhuma dessas oportunidades. Cada um que cumpra a sua obrigação. Eu cumpro a minha," asseverou Omar.
Sobre a crescente criminalidade violenta na cidade, o juiz questionou e ao mesmo tempo respondeu: "O que fez alastrar tanta violência em Viçosa? Em primeiro lugar, o tráfico de entorpecentes. E os deputados é que preferiram a estultície de deixar incólume o usuário. Continuar impune o usuário é estar estimulando essa desgraça que está desassossegando a todos. Os traficantes estão cada vez mais enriquecidos, como se vê em Viçosa. O que existe é a falta de perspectiva para os jovens. Eu, de certo modo, antevi o que aconteceria. O empresariado teria que entregar não só os anéis mas também os dedos, e estamos muito perto disso. Precisamos criar na cidade pequenas fabriquetas de manufaturas para ocupar essa juventude. Assim, a tendência para o crime vai naturalmente se afastando. O tráfico dá no que dá. Isso é competência do Judiciário? A quem os deputados querem enganar? Eu tenho mais o que fazer. O povo me paga e o meu serviço está rigorosamente em dia. Não perco meu tempo com bláblablá. Essa é a minha posição, com todo o respeito", concluiu o juiz.

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