Inflação cai, mas preço dos alimentos continua alto em Viçosa

Dados são do IPC-Viçosa, calculados pelo Departamento de Economia da UFV

Inflação cai, mas preço dos alimentos continua alto em Viçosa

O mês de abril trouxe consigo um cenário de inflação moderada para Viçosa, conforme revelado pelo IPC-Viçosa, do Departamento de Economia da UFV. Embora tenha havido uma desaceleração em relação aos meses anteriores, a alta nos preços dos alimentos continua a exercer pressão sobre os bolsos dos consumidores locais.

De acordo com os dados divulgados, a inflação no município atingiu 0,42% em abril. Embora menor que nos primeiros meses do ano, esse índice indica uma retomada no aumento geral dos preços, especialmente notável no setor de alimentação.

A análise por grupos do IPC-Viçosa revela que cinco dos sete grupos apresentaram variações positivas em abril, com destaque para Artigos de Residência (0,88%), Alimentação (0,70%), Habitação (0,67%), Educação e Despesas Pessoais (0,24%), e Transporte e Comunicação (0,20%).

No segmento de Alimentação, os números refletem uma realidade onde itens como Tubérculos, Raízes e Legumes apresentaram altas expressivas, com produtos como Pimentão (39,40%), Batata baroa (36,11%), Cebola (34,73%), e Abobrinha (28,01%) liderando as elevações de preço. As variações também foram significativas em outros segmentos como Massas (8,19%), Hortaliças e Verduras (6,45%), Farinhas e Féculas (5,11%), e Sal e Condimentos (3,64%).

Esse contexto se reflete diretamente no custo da cesta básica, que registrou um aumento de 0,36% em abril. Destacam-se as elevações nos preços do Tomate (10,92%) e da Farinha de trigo (3,24%), impactando diretamente o orçamento das famílias viçosenses.

Em termos práticos, um trabalhador que ganhou um salário-mínimo de R$1.412,00 em abril viu 38,67% de sua renda ser direcionada para a compra dos produtos da cesta básica, um leve aumento em relação ao mês anterior. Isso significa que, após adquirir os itens essenciais, restou ao trabalhador cerca de R$865,98 para as demais despesas mensais.

O desafio agora reside em equilibrar a escalada dos preços dos alimentos com a manutenção do poder de compra dos consumidores, especialmente em um cenário econômico que demanda cautela e planejamento financeiro.