UFV realiza Mostra de Antropologia Visual
O poder da imagem foi o tema da Mostra de Antropologia Visual que aconteceu na quarta-feira, último dia 29, durante a feira livre da cidade. Apresentada por estudantes de Ciências Sociais da UFV, a exposição foi o resultado do trabalho final da disciplina de Antropologia Visual, ministrada pelo professor Marcelo Oliveira.
De acordo com o professor, muitos pesquisadores afirmam que vivemos em uma “era da imagem”, na qual as imagens estão se sobrepondo às palavras. “Foi o que nós discutimos em sala de aula, a partir de vários textos. De certa maneira, antes de aprendermos as palavras, enquanto sujeitos do mundo, nós aprendemos as imagens. Com essa Mostra nós temos a oportunidade de viver o poder da imagem na interação com o público e esse é um momento muito especial”, avaliou Marcelo.
Durante a exposição era possível ver idosos, adultos e crianças se aproximando, olhando e enxergando a imagem da sua própria maneira. Marcelo destaca que a devolução do trabalho à comunidade viçosense é o que dá sentido à Mostra. “Esse é o principal objetivo e é o que nos alimenta para voltar para a sala de aula. Eu não consigo imaginar as Ciências Sociais ou a academia sem essa experiência para fora dos muros da Universidade. E o retorno está sendo fantástico porque algumas equipes ficaram dispostas a continuar o trabalho de alguma forma”.
Um dos trabalhos, o “Projeto Reminiscências” (realizado pelos estudantes Jeferson Carvalho, Lidyane Souza e Wanessa Marinho) deve ter continuidade em 2018. O projeto que aborda a memória das casas antigas do centro, patrimônio histórico e cultural da cidade, apresentou um banner com a imagem do Edifício “Alcântara”. Para a chefe do Departamento do Patrimônio Histórico, Cíntia Ferraz, o trabalho dos estudantes foi apresentado num momento propício para o Departamento, que vem enfatizando a sua luta pela educação patrimonial no município.
O Departamento do Patrimônio Histórico realiza um trabalho de preservação dos patrimônios da cidade e educação patrimonial junto com os cidadãos. O resultado das suas ações vem ganhando destaque em Minas Gerais nos últimos anos. Em 2017, Viçosa conquistou a 31ª colocação, entre as 853 cidades mineiras, no relatório do ICMS Patrimônio Cultural, divulgado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA). Entretanto, Cíntia aponta que ainda são muitos os desafios para uma cidade com a especulação imobiliária que Viçosa tem.
“Sozinha eu não vou conseguir tombar e reformar os bens da cidade. Eu preciso do apoio de toda a população, lutando pelo mesmo objetivo. Isso a gente só vai conseguir com a educação patrimonial, que é a minha militância dentro do Departamento. Nessa Mostra, o trabalho sobre o Edifício Alcântara ficou excelente. O banner quase não tem palavras e chamou atenção, de maneira chocante, para um patrimônio pelo qual passamos diariamente sem darmos maior atenção.
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