Preços em Viçosa completam 12 meses seguidos em alta

Apesar dos aumentos consecutivos, inflação em maio é a menor dos últimos seis meses

Preços em Viçosa completam 12 meses seguidos em alta

O Índice de Preços ao Consumidor em Viçosa completou 12 meses seguidos de alta. Em maio, o IPC ficou em 0,68% e os dados revelam que, na média geral, os consumidores tem sentido no bolso a alta dos preços desde junho do ano passado. O acumulado do período é de 14,18%

O relatório elaborado mensalmente por pesquisadores do Departamento de Economia da Universidade Federal de Viçosa (UFV) também aponta que, mesmo ainda crescente, o índice do mês é o menor do ano até agora. Dos sete grupos analisados para compor o IPC, que representa a inflação, apenas um apresentou redução de preços: o de artigos de residência (-1,41%), que compreende mobiliário e eletrônicos.

O setor de transporte e comunicação foi o que mais impactou para a alta do IPC, novamente em função dos preços do etanol (11,14%) e diesel (5,07%) e o aumento do transporte particular (2,87%). Os medicamentos (2,13%) e produtos de higiene para cabelo (7%) – do grupo de saúde e cuidados pessoais – tiveram altos reajustes.

Os grupos de alimentação e habitação tiveram variação geral positiva de 0,65%. E os grupos que compreendem itens de vestuário (0,41%) e gastos com educação e despesas pessoais (0,42%) apresentaram ligeiras altas em maio.

CESTA BÁSICA

O preço da cesta básica acompanhou o desempenho do IPC em maio e também apresentou alta, de 1,14%. Mas, o aumento é cinco vezes menor que o registrado em abril, quando a alta foi de 6,15%. Em termos de valor, a cesta básica em Viçosa custou, em maio, R$443,29.

O café em pó (10,26%) e o açúcar cristal (7,93%) tiveram as maiores altas no período. A carne bovina de segunda, que já vem sendo comercializada com altos preços desde o início do ano, teve aumento de 5,56%. Equilibram a balança as reduções no preço do tomate (-14,68%), farinha de trigo (-5,69%) e batata inglesa (-2,68%).

O preço da cesta em Viçosa segue uma tendência nacional, vista em 14 das 17 capitais brasileiras pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

RECOMEÇA MINAS

Em abril, deputados da Assembleia Legislativa de Minas Gerais aprovaram o projeto “Recomeça Minas”, que prevê um pacote de medidas para ajudar a recuperar a economia do estado. Entre as propostas, está a redução a 0% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre os produtos da cesta básica, como forma de tentar conter as altas nos preços do último ano.

Segundo o IBGE, os preços dos alimentos subiram três vezes mais do que a inflação, desde o início da pandemia até agora. De acordo com o texto do projeto, o ICMS zerado terá duração de até 90 dias após o fim do estado de calamidade pública, provocado pela Covid-19. Inicialmente, o decreto que institui a situação de calamidade em Minas Gerais vence no dia 30 de junho, mas, poderá ser prorrogado, como vem acontecendo ao longo da pandemia.

A lei que prevê a redução já está em vigor. Mas, na prática, os efeitos da redução do imposto ainda não foram sentidos em Viçosa, pelo menos no relatório do IPC, elaborado pela universidade, referente ao mês de maio. O levantamento do mês de junho, já com a validade da nova lei, será divulgado em julho e ainda está sendo elaborado pelos pesquisadores.

A alíquota do imposto praticado em Minas Gerais relacionado aos itens da cesta básica atualmente, varia entre 7% e 12% do valor total do produto, dependendo do tipo. Caso a redução seja, de fato, repassada ao consumidor, a tendência é o barateamento de determinados itens.