Postagem de fotos do cartão de vacinação nas redes sociais facilita aplicação de golpes
Exposição de dados pessoais na maioria das vezes é feita pelo proprietário do comprovante de vacina
Em termos de segurança, especialistas em proteção de dados explicam que as informações contidas nos cartões de saúde são um dos mais sensíveis e portanto não devem ser publicados, já que eles podem ser utilizados para estelionato, clonagem de dados, extorsão e outros crimes.
O professor do Departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Leonardo Barbosa explica que a divulgação de dados de saúde é uma questão crítica. “Um criminoso pode se passar por alguém do SUS (Sistema Único de Saúde) e ligar para a pessoa que fez a divulgação dizendo que ela esteve com eles para tomar a vacina, no posto tal e em tal dia, convencer a pessoa que ela está conversando com alguém da saúde e fazer algum tipo de extorsão”, explica.
Segundo ele, os dados podem ser utilizados ainda por empresas que podem se valer de alguma informação de saúde da pessoa na hora da contratação ou por um plano de saúde que também pode usar essas informações na hora de precificar uma contratação de serviço de saúde.
A opinião de que a postagem é insegura é compartilhada pela advogada e coordenadora na Pós-graduação em Direito e Tecnologia da Faculdade Arnaldo e no GEDIE - Grupo de Estudos em Direito na Inovação e no Empreendedorismo do INSEPE, Lorena Lage, explica que como alguns cartões de vacina têm dados como endereço e CPF, a divulgação deles facilita muita para pessoas mal intencionadas. “Estelionatários podem ligar para os pais da pessoa que postou o cartão e munidos das informações fazerem algum tipo de extorsão”, afirma.
OUTROS CRIMES
Além disso, se o estelionatário conseguir outras informações da pessoa como WhatsApp ele pode usar para aplicar golpes. “O ideal é não divulgar nada que contenham dados pessoais. Muitas pessoas costumam postar carteira de trabalho, crachá da nova empresa em que trabalham ou até mesmo um cartão de banco que acham bonito. Isso tudo é muito perigoso pela questão da clonagem. O ideal é cuidar da segurança dos nossos dados ao máximo mantendo em sigilo”, concluiu.
Outras informações devem ser evitadas de serem expostas nas redes sociais, como nome completo; endereço; CPF; identidade; carteira de trabalho; crachá de empresa; fotos de diplomas e contratos; fotos dos filhos de uniforme da escola; dados bancários e financeiros; dados da empresa onde trabalha; telefone; passagens áreas e cartões de bancos.
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