Usuários reclamam das condições da rodoviária

Usuários reclamam das condições da rodoviária

O movimento intenso por conta das festas de fim de ano e o período de férias escolares, que aumentam a demanda por viagens a partir do Terminal Rodoviário Joventino Octávio Alencar, em Viçosa, também expõem ainda mais a precária infraestrutura da rodoviária. Não são recentes as reclamações dos usuários e funcionários do espaço sobre as condições e situação do local.
“A rodoviária está suja, é preciso pintar a parte de cima e fazer uma limpeza dos telhados, pois estão pretos de sujeira. No banheiro, falta suporte para o papel higiênico, que fica em locais improvisados e sendo contaminado. Falta estacionamento para carros particulares e o tempo de dez minutos para que eles ocupem a vaga é insuficiente. Há, ainda, a questão das plataformas de embarque e desembarque, que não comportam um ônibus de dois andares”, lista um atendente que trabalha na rodoviária e preferiu não ser identificado.
A reportagem do Folha da Mata esteve na rodoviária e conversou com passageiros antes das festas de fim de ano. São poucos os depoimentos de quem acha que o terminal oferece boas condições aos viajantes.
A recepcionista Fernanda Silva utiliza a rodoviária de Viçosa sempre que precisa viajar para a casa dos pais, em Belo Horizonte. Para ela, o problema mais grave da rodoviária é a falta de espaço para que os passageiros aguardem pelo ônibus. “Se acontecer de perder um ônibus, muitas vezes a pessoa tem que ficar em pé para esperar o próximo ou ir sentar nas escadas. Além disso, o espaço é muito estreito na plataforma quando o ônibus está estacionando, fica apenas um pequeno trecho para as pessoas transitarem pela rodoviária e aguardarem os horários junto com suas bagagens”, destaca.
Já para o estudante Matheus Pontes, a desorganização é o ponto negativo que mais chama a atenção. “Nessa época do ano em que a universidade entra de férias eu sempre volto para a casa dos meus pais em Sinop, no Mato Grosso. Em comparação com as outras rodoviárias pelas quais passo, a de Viçosa é a pior de todas. Não há placas de orientação, não tem um local apropriado para despachar as malas nos ônibus e também embarcar, além de faltar bancos para esperarmos nossas viagens”, observa.
Quando chove, os problemas na rodoviária de Viçosa ficam ainda mais evidentes. Como o prédio não comporta os ônibus de dois andares, que atualmente são utilizados por duas empresas, segundo um atendente do espaço, o veículo não fica estacionado sob a proteção do telhado. Nesse caso, os passageiros precisam embarcar e despachar as malas debaixo da chuva. Além disso, no saguão, dependendo da intensidade da precipitação e dos ventos, também chove nas malas e nos próprios passageiros.
A sinalização tátil, utilizada por deficientes visuais, está falha em diversos pontos. Nesses dias de sol forte e intenso calor, o saguão da rodoviária esquenta bastante e também deixa os usuários desconfortáveis. “Fica muito quente aqui, precisava de pelo menos alguns ventiladores”, sugere a moradora de São Geraldo, Rosenete Rodrigues.
Para utilizar os banheiros do local é preciso pagar uma tarifa de R$ 0,50, mas o serviço não agrada. A reportagem entrou no sanitário masculino e encontrou muita sujeira, más condições de higiene e um forte odor que praticamente espantam os usuários.
“A rodoviária é muito feia, suja e precisa melhorar bastante. A única coisa que parece que está bom aqui é a segurança, mas só durante o dia que tem um guarda andando por aqui. De noite já é muito tenso, porque nem barzinho fica aberto”, relata a passageira Simone Machado.
Na tarde do último dia 18, por conta de um problema em um ônibus dentro do terminal rodoviário, o embarque e desembarque de passageiros foi realizado do lado de fora da rodoviária. O Folha da Mata flagrou a situação, que obrigou um motorista a parar o veículo ocupando parte do cruzamento com a avenida Marechal Castello Branco.