Saae regulariza cor da água e põe culpa no manganês

Saae regulariza cor da água e põe culpa no manganês

O que estava previsto para ser uma coletiva de imprensa acabou, por falta de quórum, em uma entrevista exclusiva ao jornal Folha da Mata, na tarde da última sexta-feira, 27, no Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) de Viçosa.
O bioquímico Henrique Freitas Santana, chefe do Setor de Tratamento de Água e Esgoto da autarquia, disse que a água fornecida aos viçosenses passa por um rigoroso controle de qualidade dentro dos padrões de potabilidade da Portaria 2.914/11, do Ministério da Saúde. Afirmou que a autarquia efetua análises de duas em duas horas em diversos pontos da Estação, inclusive na água que sai do tratamento, e que análises periódicas são feitas também em diversos pontos da cidade para aferir a qualidade da água na rede de distribuição, tudo de acordo com o “Standard Methods for the Examination of Waterand Wastewater”.

Evento em agosto
De acordo com o bioquímico, em agosto último, de um total de 155 análises efetuadas no sistema de distribuição das Estações de Tratamento, apenas duas apresentaram contaminação por coliformes totais, bactérias utilizadas como indicadoras nas análises microbiológicas que testam a qualidade da água e de alimentos.
“O grupo de Coliformes totais inclui as bactérias na forma de bastonetes Gram-negativos, não esporogênicos, aeróbios ou aeróbios facultativos, capazes de fermentar a lactose com produção de gás, em 24 a 48 horas a 35o C. Já os Coliformes fecais são capazes de fermentar a lactose com produção de gás, em 24 horas a 44,5-45,5o C”.
Henrique Freitas disse que em todas as 155 análises efetuadas no sistema de distribuição não foi encontrada sequer a presença de uma Escherichia coli e apenas duas (1,29%) apresentaram contaminação por coliformes totais. “É importante destacar que o Ministério da Saúde permite a presença de coliformes totais em até 5% das amostras coletadas ao longo do mês”, salienta.

Cor
Henrique também disse que no dia 21 de agosto foi confirmado que o amarelamento da água era referente ao manganês, mas que mesmo fora dos padrões de potabilidade (1,36 vezes acima do valor máximo permitido), ela não oferecia risco à população.
Outubro
No último dia 17, o laboratório Controle Analítico, de São Paulo, coletou amostras da água para as devidas análises e adiantou que somente foi encontrado manganês com 0,313 mg/L de concentração. O Saae destacou que em todas as análises não foi detectado nenhuma contaminação por coliformes totais ou Escherichia coli. Coletas feitas pelo laboratório Araxá Ambiental, com o acompanhamento Vigilância Epidemiológica, confirmaram os padrões de potabilidade exigidos pelo Ministério da Saúde.


Repercussão
A cor diferente da água teve repercussão e, no facebook e no WhatsApp foi dito que muita gente estava procurando os hospitais com sintomas de doenças que poderiam estar relacionadas com o seu consumo. Também pela internet, o diretor administrativo do HSJB (Hospital São João Batista), Sérgio Pinheiro, desmentiu a informação.
O fato levou o diretor-presidente do Saae, Rodrigo Bicalho, ao registro de um Boletim de Ocorrência na Policia Civil.

Solução
Nessa semana veio a solução do problema, depois que o Saae adquiriu 4500 kg de hipoclorito de cálcio que passou a ser adicionado na água bruta (poço de sucção da Bomba). Com isso a oxidação do manganês (amarelamento da água) passou a acontecer antes dela entrar na estação de tratamento. O Saae informou também que já aderiu a uma ata de registro de preços para a aquisição de mais 15.000 kg do produto.
Por fim, de acordo com a direção do Saae, a demora na solução do problema foi devido a entraves burocráticos na aquisição de produtos e na contratação de serviços pelos órgãos públicos no país.