Mais de 300 pessoas aguardam na fila para cirurgias eletivas em hospitais de Viçosa

Outros 280 pacientes estão na fila das cirurgias de alta complexidade, que não são realizadas em Viçosa

Mais de 300 pessoas aguardam na fila para cirurgias eletivas em hospitais de Viçosa

As listas de espera para as cirurgias eletivas de média complexidade nos dois hospitais de Viçosa somam 304 pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde). O número é maior no HSJB (Hospital São João Batista), que possui 156 pessoas aguardando para serem chamadas, enquanto no HSS (Hospital São Sebastião) são 148. Os dados foram obtidos pela reportagem do Folha da Mata junto à Secretaria Municipal de Saúde e representam o resultado dos trabalhos de um ano do contrato entre os hospitais e a Prefeitura de Viçosa, firmado em outubro passado.
São 59 categorias de cirurgias solicitadas entre os 304 nomes, todas consideradas de média complexidade. As operações para a retirada de pinos, parafusos ou placas, somadas as de hérnias e colecistectomia computam os maiores pedidos no HSJB. No HSS, além das hérnias, destacam-se as solicitações para varizes e de reconstituição da articulação do joelho. (Veja os dados detalhados na tabela).
Segundo o secretário municipal de saúde, Marcus Schitini, as operações de alta complexidade não são realizadas em Viçosa, sendo os pacientes encaminhados para Belo Horizonte, Ponte Nova ou Muriaé. Ainda de acordo com o secretário, aproximadamente 280 pessoas se encontram nessa situação no município.

1 ANO DA CONTRATUALIZAÇÃO
O HSS e o HSJB formalizaram em outubro de 2017 uma contratualização com a Prefeitura de Viçosa. A contratualização é um processo pelo qual as partes, o gestor municipal/estadual do SUS e representante legal do hospital, estabelecem metas quantitativas e qualitativas de atenção à saúde e de gestão hospitalar, formalizadas por meio de um instrumento contratual.
Este instrumento é composto por duas partes. Uma, o contrato propriamente dito, e a outra, o documento com a descrição das metas qualitativas e quantitativas, que serão acompanhadas e avaliadas por uma Comissão de Acompanhamento formada pelo gestor, hospital, usuários e outros.

COTA PARA ELETIVAS
A realização de cirurgias eletivas tem uma cota estabelecida pela contratualização. Segundo o secretário, 30% dos procedimentos cirúrgicos dos hospitais precisam ser de atendimento eletivo. “Em torno de 30% da fila já foi reduzida durante esse período da contratualização”, avalia Marcus.
Apesar da redução apontada pelo secretário, Marcus disse que “nem tudo vai ser eficiente e mutável de maneira imediata” ao se referir à existência da fila para as cirurgias. O secretário destaca que existe uma limitação financeira e lembra que no caso das cirurgias eletivas o paciente pode aguardar, diferente das cirurgias de urgência que ocorrem de maneira imediata, segundo ele. “O médico, no hospital, é quem define as prioridades. ‘O senhor vai procurar a Secretaria, vai agendar, é eletivo’. Agora, o paciente chegou agudo, ele vai fazer a cirurgia”, exemplifica.