Fim da greve dos docentes federais: maioria dos sindicatos locais votam pela assinatura de acordo
A greve dos técnicos-administrativos em educação, iniciada em março, continua
Após 70 dias de greve, os professores das universidades federais decidiram encerrar a paralisação iniciada em abril deste ano. A decisão foi tomada neste domingo (23) durante assembleia do Comando Nacional de Greve, que reuniu os resultados das assembleias locais, onde a maioria dos votos foi favorável à proposta de reajuste e reestruturação da carreira apresentada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no início deste mês.
Segundo o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), o comando nacional da greve determinou o fim das paralisações a partir desta quarta-feira (26), quando será assinado um acordo com o Ministério da Gestão e Inovação para formalizar os termos da proposta. As atividades acadêmicas devem ser completamente retomadas até o dia 3 de julho.
A greve dos docentes, que afetou 55 universidades federais, foi marcada por um aumento significativo na mobilização da categoria, com maior participação nas assembleias e atividades de luta, conforme destacado pelo Andes-SN em comunicado oficial.
Os técnicos-administrativos das universidades federais, entretanto, ainda não aceitaram o acordo proposto pelo governo e continuam em greve. A Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra) deve se reunir nesta segunda-feira (24) para reavaliar suas estratégias.
E na UFV?
Na Universidade Federal de Viçosa (UFV), o retorno às aulas dependerá da decisão do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE), que em abril votou pela suspensão das aulas devido às greve dos docentes e dos técnicos-administrativos. O conselho deverá se reunir após receber o comunicado oficial do Comando Local de Greve sobre o fim do movimento, o que pode acontecer ainda nesta semana.
A Seção Sindical dos Docentes da UFV (Aspuv) agendou uma assembleia para a próxima quinta-feira (27) para confirmar o indicativo de saída conjunta da greve.
Na avaliação do reitor da UFV, Demetrius David da Silva, o calendário acadêmico pode ser estendido até fevereiro de 2025 para repor os mais de dois meses de aulas suspensas. O primeiro semestre letivo de 2024 pode se estender até agosto, com o segundo semestre começando na segunda quinzena de setembro, após um breve recesso para a realização da tradicional Semana do Fazendeiro.
Conquistas
A proposta aceita pelos professores prevê reajustes salariais para 2025 e 2026, com percentuais variados para cada classe profissional, e inclui a revogação de uma portaria de 2020 que aumentou a carga horária mínima semanal dos professores.
Embora a reivindicação de reajuste para 2024 não tenha sido atendida, os grevistas conseguiram elevar os valores dos reajustes para os próximos anos. O reajuste linear até 2026 aumentou de 9,2% para 12,8%, e o reajuste dos steps passou de 4% para 5%. O salário inicial para novos docentes também foi elevado.
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