Filho de paciente de hemodiálise reclama de Serviço TFD da Prefeitura
Um rapaz, morador de Viçosa, procurou o jornal Folha da Mata para reclamar das atuais condições do transporte que o município disponibiliza a seu pai, Cirilo Teixeira, paciente da hemodiálise, que necessita de Tratamento Fora do Domicílio (TFD).
Ele relata que há cerca de 20 anos seu pai realiza hemodiálise. Em 2010, o paciente desenvolveu hiperparatireoidismo secundário, uma doença que dificulta a locomoção, e, por conta disso, começou a utilizar o transporte para Tratamento Fora do Domicílio (TFD). Nos últimos três anos, devido ao agravamento desta patologia, ele passou a precisar de uma ambulância de leito.
O filho explica que a ambulância de leito disponibilizada para o TFD apresentava péssimas condições: o veículo não era higienizado, o estofado da maca estava rasgado e toda a estrutura estava enferrujada. O risco de contaminação era grande. No entanto, e apesar disso, o transporte era realizado. A esperança de uma melhora veio há duas semanas, quando a Secretaria Municipal de Saúde recebeu uma nova ambulância destinada ao TFD e à transferência de pacientes entre hospitais. O veículo foi comprado com recurso vinculado no valor de R$ 60.500,00. No entanto, a situação só piorou porque, de acordo com o filho, o veículo é menor e o espaço da maca diminuiu, tanto no cumprimento, quanto na largura. Como o pai não consegue se movimentar sozinho, ele sempre o acompanha. Mas, com as novas dimensões, o paciente viaja com muito desconforto, o que aumenta sua dor.
Além desse, há outro agravante. O filho conta que este serviço, que antes era de responsabilidade da Secretaria de Saúde, agora fica a cargo da Secretaria de Governo, mais especificamente da garagem. E, na última vez que seu pai precisou do transporte para voltar da sessão de hemodiálise para casa, ficou horas esperando, sem nenhuma resposta ou assistência do município. De acordo com o filho, naquele dia, assim que terminou a sessão de hemodiálise de seu pai, às 11 horas, ele ligou para a garagem para solicitar o veículo, mas, como o responsável não estava no local, pediram para que retornasse a ligação às 13 horas. No entanto, ele só conseguiu falar com o chefe do setor às 13h30, quando foi informado de que as duas únicas ambulâncias disponíveis estavam ocupadas, uma em Muriaé e outra em Belo Horizonte. “Sei e entendo que a ambulância não é exclusiva, mas a gente precisava de algum auxílio”, disse. Ele buscou ajuda com o Secretário de Saúde, que, em resposta, afirmou que o problema já não era mais do setor e sim da garagem. Junto de uma assistente social, ele ligou novamente para a garagem, que também afirmou não ser a responsável pelo caso. “Nós só fomos embora porque pagamos do nosso bolso por um serviço de transporte específico para o caso do meu pai. Chegamos em casa às 16 horas daquele dia. Demos a sorte de receber toda a assistência da hemodiálise, que ofereceu lanche para o meu pai. Não fosse isso, não sei como seria”, falou. Ele reclama não só das condições do veículo que o município disponibiliza, mas também do fato de nenhum dos dois setores, Saúde e garagem, se responsabilizar pelo serviço e faz algo a respeito.
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