Estudantes ocupam Bernardão e servidores fazem assembleia para deliberar sobre greve

Estudantes ocupam Bernardão e servidores fazem assembleia para deliberar sobre greve

Estudantes da UFV ocupam, desde a noite desta segunda-feira, 17, o Edifício Arthur da Silva Bernardes (Bernardão), o tradicional Prédio Principal, no campus universitário.
O movimento começou por volta das 23 horas, quando o prédio foi fechado, e não tem data para terminar. Os servidores que chegaram pela manhã para as suas jornadas de trabalhos tiveram de ficar do lado de fora do prédio, pois, foram impedidos de entrar.
Faixas e cartazes foram afixados nas paredes do prédio com palavras de ordem contra o ministro da Educação e o presidente da República e como forma de demarcação da ocupação. O “Bernardão”, onde estão localizados os principais órgãos da instituição, funciona como um Centro Administrativo da UFV. Lá estão todos os Centros Acadêmicos e as principais Pró-Reitorias.
Os manifestantes são contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 241) que, entre outros pontos, estabelece limites para os gastos públicos em até 20 anos. Eles defendem também pautas internas, como a questão das bolsas de permanência, alojamentos e alimentação.
Em uma página criada na internet, o “Movimento Ocupa Bernardão” divulgou um documento onde pedem transparência e participação da comunidade universitária em tomadas de decisões como, por exemplo, o possível aumento de preços nas refeições servidas nos Restaurantes Universitários. Outa exigência dos manifestantes é uma tomada de posição da administração da UFV e do Conselho Universitário (Consu) sobre a PEC 241.
A reportagem do Folha da Mata conversou com dois integrantes do movimento que tem apoio de alguns Centros Acadêmicos dos Cursos da UFV, DCE e ASAV. De acordo com os estudantes, o movimento vem sendo construído há mais tempo, inclusive em salas de aulas e em encontros públicos, como um ato que aconteceu na semana passada na Praça Silviano Brandão, envolvendo um professor da UFV e outro da UFMG, como convidados, que falaram a cerca das consequências danosas que poderão advir com a aprovação da PEC 241.
O grande problema, ainda de acordo com os estudantes, é que a UFV vem sendo omissa há muito tempo sobre assuntos relacionados ao ensino básico, médio e superior que trarão consequências graves a eles futuramente.
O movimento em Viçosa se deu a exemplo do que já aconteceu em São Paulo, quando alunos secundaristas ocuparam prédios públicos por mais compromissos com a educação. Ainda no mesmo norte, estudantes da Universidade Federal de Pernambuco também tomaram a reitoria nesta semana e em Belo Horizonte, o prédio da Educação da UFMG, também recebeu a “visita” dos alunos. “O momento é o de chamar a comunidade universitária a refletir sobre a situação. A gente vive um momento muito grave em nosso país e essa PEC vem para agravar ainda mais, não só na educação, mas também na saúde e na previdência social”, finalizou um dos integrantes do movimento, que não tem data para deixar o Bernardão.

Reitoria
A reitora Nilda de Fátima Ferreira Soares estava se dirigindo a Brasília, nesta terça-feira, 18, quando foi informada a respeito da invasão do Prédio Principal pelos estudantes, com a consequente ocupação. Ela, imediatamente, retornou ao campus e juntamente com seus assessores passou a negociar com os estudantes. Uma reunião do Consu está marcada para esta sexta-feira, 21, onde o assunto constará da pauta.