Vacina contra o HPV: meninos e meninas de 9 a 14 anos devem ser imunizados

Menos da metade dos adolescentes tomaram as duas doses, alerta Secretário de Saúde

Vacina contra o HPV: meninos e meninas de 9 a 14 anos devem ser imunizados

A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), fez um alerta na última semana para que meninos e meninas de 9 a 14 anos de idade sejam imunizados contra o Papilomavírus Humano (HPV).  O imunizante, disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), é aplicado mesmo antes da adolescência porque é mais favorável que a vacinação seja feita antes do início da vida sexual.  

A vacina é considerada uma estratégia de prevenção e redução de doenças ocasionadas pelo vírus, como cânceres do colo do útero, vulva, vagina, região anal, pênis, boca e garganta, além de verrugas genitais.  

Em Minas Gerais, A cobertura acumulada em crianças e adolescentes, do sexo feminino, na faixa de 9 a 14 anos, entre 2014 e 2020 é de 66,12%. Entre os meninos na faixa de 11 a 14 anos, entre 2017 e 2020, a cobertura alcançou 54,27%. Em números absolutos, são 4.075.582 crianças e adolescentes imunizadas com a primeira dose e 2.385.537 que receberam a segunda dose.  

O secretário de Estado de Saúde, o médico Fabio Baccheretti, destaca a importância da vacinação para evitar doenças infecto contagiosas. “Essa é a idade certa para que se proteja por toda a sua vida. Temos vacinas sobrando nos postos porque menos da metade dos adolescentes tomaram duas doses. Vamos garantir mais uma proteção para a saúde das nossas crianças e adolescentes”, alerta o secretário. 

Alerta e tabu 

Um dos motivos para a baixa cobertura é o tabu que a vacina pode trazer por se tratar de uma imunização que protege contra uma possível Infecção Sexualmente Transmissível (IST). “A vacina induz à proteção, não induz à atividade sexual. É importante que se vacine antes de iniciar a fase de atividade sexual justamente para diminuir a circulação dessas doenças, assim como se vacina contra a gripe antes do inverno. E os pais devem também somar à imunização orientações das demais medidas de prevenção de transmissão de ISTs”, esclarece Jandira Campos Lemos, presidente da Regional Minas Gerais da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm-MG). 

“É uma vacina que tem sua eficácia comprovada, que protege contra os tipos mais prevalentes de HPV e que podem evoluir para doenças como câncer de colo de útero, câncer de pênis, câncer de ânus e câncer de boca”, alertou.  

Ainda segundo ela, é fundamental ressaltar a importância da vacina e intensificar o trabalho para incentivar a prevenção. “As crianças não vão vacinar por conta própria. Por isso é tão importante a conscientização dos pais e levar as informações para as escolas também”, disse. 

HPV 

É estimado que o Brasil tenha de 9 a 10 milhões de infectados pelo Papiloma Vírus Humano e que, a cada ano, 700 mil casos novos da infecção surjam. Trata-se de um vírus que atinge a pele e as mucosas, podendo causar verrugas ou lesões precursoras de câncer, como o câncer de colo de útero, garganta ou ânus. 

Atualmente, existem mais de 200 tipos de HPV - alguns deles podendo causar câncer, principalmente no colo do útero e do ânus. A doença é conhecida como condiloma acuminado ou, popularmente, como verruga genital, crista de galo, figueira ou cavalo de crista. 

A infecção pelo HPV normalmente causa verrugas de tamanhos variáveis. No homem, é mais comum na cabeça do pênis (glande) e na região do ânus. Na mulher, os sintomas mais comuns surgem na vagina, vulva, região do ânus e colo do útero. As lesões também podem aparecer na boca e na garganta. Tanto o homem quanto a mulher podem estar infectados pelo vírus sem apresentar sintomas. 

A principal forma de transmissão desse vírus é pela via sexual. Para ocorrer o contágio, a pessoa infectada não precisa apresentar sintomas. Mas, quando a verruga é visível, o risco de transmissão é muito maior. O uso da camisinha durante a relação sexual geralmente impede a transmissão do vírus, que também pode ser transmitido para o bebê durante o parto.