Sobre futebol, filosofia e um fisioterapeuta viçosense

Mai 6, 2016 0

Sempre fui apaixonado por futebol. Desde que me entendo por gente. É, sem dúvida, um jogo encantador! Mas há muito essa paixão andava adormecida, consequência de uma supervalorização da tática sobre a técnica, da mecânica sobre a organicidade, do resultado sobre o espetáculo. Do negócio, sobre a brincadeira.
Caprichos do destino, uma agradável surpresa do campeonato paulista de futebol deste ano, o Grêmio Osasco Audax reacendeu em mim, não por acaso, a centelha do entusiasmo futebolístico de outrora. No último 23 de abril, pude admirar, da arquibancada da Arena Itaquera, o Audax derrotar o todo poderoso Corinthians com a dignidade própria de um futebol humano, demasiado humano.
O comentarista Leonardo Miranda, da globo.com assim analisou a “filosofia tática e humana” do Audax de Fernando Diniz: “um resgate do futebol de rua brasileiro, com troca de posições, posse de bola e vocação ofensiva. (...), a equipe apresenta conceitos simples e trabalha o lado psicológico de forma diferente”. Como o próprio técnico Diniz concebeu em entrevista à ESPN: “o humano precede o jogador”. De fato, sua tática envolve os conceitos de solidariedade, superação, autoestima, coragem.
Nos bastidores dessa equipe audaciosa, um viçosense exerce papel fundamental: O fisioterapeuta Luciano Moreira Rocha que, se não faz milagres – como sugeriu o capitão Camacho ao final da partida contra o Timão -, lança mão dos mais adequados recursos disponíveis para, junto com a comissão técnica e médica, manter os jogadores “na ponta dos cascos”, capazes de desempenhar performances de altíssimo nível.
O campeonato ainda não acabou. No último domingo, o primeiro jogo da final contra o Santos terminou em 1x1, em Osasco. No domingo próximo, estarei na Vila Belmiro, berço do maior artista da bola de todos os tempos, na expectativa de presenciar mais um espetáculo de futebol arte, por parte das duas equipes. E que vença a melhor.

Por Vinícius Rocha