Polícia Civil de Teixeiras faz operação contra advogado acusado de fraudar idosos e pensionistas
Os policiais cumpriram mandados em quatro endereços ligados ao advogado que está sendo acusado de, entre outras coisas, reter dinheiro de idosos e beneficiários de programas sociais
A Delegacia de Polícia Civil de Teixeiras, com apoio da Polícia Militar, desencadeou na manhã de ontem, quarta-feira, 1o, a operação Independência, que tem o objetivo de apurar crimes cometidos por um escritório de advocacia contra pessoas que estavam aptas a se aposentar.
Por volta das 6 horas da manhã, munidos de quatro mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Criminal de Teixeiras, os policiais estiveram em dois escritórios de advocacia, um deles no bairro Alencar e o outro no centro de Teixeiras. Os policiais ainda estiveram em um sítio de propriedade do advogado investigado, na localidade de Botafogo, e na residência do desfavorecido, também no bairro Alencar.
O advogado e dois de seus irmãos estão sendo investigados em sete inquéritos policiais, por crimes de estelionato, retenção de cartão bancário de aposentadoria e ameaça. Eles também poderão responder pelo crime de formação de quadrilha. As investigações tiveram início no final de 2020, quando as primeiras vítimas procuraram a polícia, sendo que dois dos sete inquéritos foram instaurados a pedido do Ministério Público, já que duas das vítimas procuraram o órgão para registrar a denúncia.
Segundo informações apuradas pela reportagem do Folha da Mata, os acusados retinham documentos pessoais, procurações, cartões de aposentadoria e LOAS (benefício à pessoa com deficiência) como forma de receber pagamentos vultuosos pelos serviços prestados, o que configura crime.
Nos endereços foram apreendidos vários documentos, entre eles documentos pessoais, cartões bancários e fichas cadastrais de idosos, deficientes físicos e mentais. As apurações iniciais dão conta de que somente uma das vítimas foi lesada em mais de R$ 55 mil. As buscas foram acompanhadas por representantes da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
Segundo a polícia, ainda não se sabe o número exato de pessoas lesadas, mas acredita-se que passe de muitas dezenas de vítimas.
Em uma das denúncias, a vítima denunciou que parte dos benefícios a que tem direito ficava retida com o advogado, que tinha o cartão e fazia os saques e transferências bancárias. Denúncias dão conta de que os acusados ainda conseguiam fazer empréstimos consignados em nome das vítimas, sem autorização, e ainda ficavam com o dinheiro.
Segundo a polícia, muitas pessoas que conseguiram o tão almejado benefício de aposentadoria não conseguiam se desvencilhar dos advogados que confiaram para auxiliá-los nesse processo e até então, não tinham o direito de ter em mãos seus cartões bancários e senhas para recebimento de seus vencimentos mensais.
A polícia informou que por enquanto não irá divulgar o nome do advogado e de seus dois irmãos, e está analisando os documentos arrecadados para decidir se irá pedir a prisão dos acusados.
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