Médicos pedem demissão e PMV realiza processo seletivo após bate-boca em Nova Viçosa

Dois médicos que prestavam serviços para a Prefeitura de Viçosa na UBS (Unidade Básica de Saúde) do bairro Nova Viçosa pediram demissão na última sexta-feira, 24. Conforme informou o secretário de Saúde de Viçosa, Rainério Rodrigues Fontes, desde então, a unidade está sem médicos e a Secretaria está providenciando a contratação.

Em entrevista ao Folha da Mata, Rainério informou que uma das motivações do pedido de demissão enviado pelos médicos foi uma confusão ocorrida no último dia 16, envolvendo profissionais daquela Unidade de Saúde e o vereador Gilberto Brandão, quando um Boletim de Ocorrência Policial foi registrado. 

Nele consta que, naquela data, a polícia recebeu informações de que Gilberto estaria alterado e desacatando os funcionários da UBS. Quando os policiais chegaram ao local, ele já havia se retirado, mas lá, ouviram dos demais envolvidos (que constam como vítimas) que o vereador chegou ao local com papéis em mãos, foi até a sala de atendimento, determinando que a médica assinasse alguns documentos para que fosse realizado o encaminhamento de um paciente para outra unidade de saúde. 

A médica teria informado que, antes de realizar tal procedimento, seria necessário que Gilberto trouxesse o paciente para que fosse avaliado. Nesse momento, segundo o registro, o vereador ficou exaltado e passou a desacatar todos os funcionários da unidade, chamando-os, inclusive de “bando de incompetentes, preguiçosos”.

Em nota enviada ao Folha da Mata, Gilberto alegou que, na referida data, ele esteve na UBS, a pedido de uma moradora, para solicitar que a médica preenchesse um documento necessário para o encaminhamento do seu neto, o que a profissional já havia negado para a moradora.

Reafirmando que foi à unidade de saúde no intuito de pedir novamente, “porque as informações necessárias já estavam anexadas juntos do papéis que a moradora levou”, o vereador disse que mais uma vez o pedido foi negado, o que gerou uma certa discussão, pelo fato do pessoal que trabalha na unidade não ter gostado de sua atitude de ir até lá, na tentativa de reivindicar um serviço para a população: “Infelizmente, não são poucos os relatos da população em relação ao atendimento médico do PSF e não podemos aceitar esse tipo de atendimento”, diz a nota.

Processo Seletivo