Com a morte de cuidadora voluntária, 37 cães poderão ir para as ruas em Viçosa
37 cães de canil abandonado no Sapé podem ser soltos nas ruas de Viçosa.
O falecimento de uma cuidadora de animais traz à tona a omissão do poder público na adoção de medidas concretas para solucionar o problema dos cães de rua.
Fruto dessa histórica omissão, 37 cães e 20 gatos poderão ser soltos nas ruas a qualquer hora. É que a cuidadora desses animais, Sônia Geralda Cornélio, faleceu no final de dezembro e, como ela se dedicava sozinha a essa tarefa, cães e gatos ainda não foram soltos porque pessoas que tinham conhecimento de sua causa, criaram uma “força tarefa” para evitar que os animais morram de fome e sede ou sejam jogados nas ruas, criando um problema de saúde pública. São 37 cães e 20 gatos que ficaram abandonados em um canil improvisado num sítio localizado na região de Sapé, zona rural do município de Cajuri, e que estão disponíveis para adoção.
Danilse, sobrinha da falecida protetora dos animais, conta que ao ser informada do falecimento de sua inquilina, o proprietário solicitou a devolução do imóvel. “O proprietário nos deu até o final de janeiro para retirar os cães e gatos e reformar a casa”, revela, acrescentando que a cuidadora ainda deixou alguns valores pendentes a serem quitados. Concluindo, Danilse diz que o “tempo é curto e não iremos conseguir doar os cães com tamanha rapidez, e, além disso, várias pessoas do entorno da propriedade onde morava sua tia, Sônia Geralda, estão ameaçando matar os cães ou simplesmente soltá-los.
Procurado pelo jornal Folha da Mata, as prefeituras de Viçosa e Cajuri alegaram que não dispõem de local específico para abrigar os cães, e, por isso, não têm como atender a solicitação. Outra dificuldade apontada por ambas as prefeituras nesse caso é que, por se tratar de um problema particular, não há abertura legal de ajuda financeira das prefeituras. No caso da prefeitura de Viçosa, está prevista a construção de um Canil Municipal, mas sem data para início das obras, já que a verba prometida pelo senador Antônio Anastasia (PSDB) ainda não saiu. O canil é um projeto em parceria com a Sovipa (Sociedade Viçosense de Proteção aos Animais), a quem a prefeitura passou a bola para solução do problema,
Flávia Cavalcanti, da equipe da Sovipa, disse que a entidade não pode fazer muita coisa, porque “não temos uma sede própria e as outras protetoras já estão com suas casas cheias”. De acordo com ela o que está sendo feito é um trabalho maciço de conscientização e de adoção dos animais nas ruas da cidade. “Estamos mobilizando todos os nossos voluntários para ajudar nessa causa. Não é fácil conscientizar a população a contribuir com recursos para esta causa nobre”.
Outra protetora à frente da força tarefa, Ana Izabella Freire se diz desesperada com a falta de providência das autoridades competentes. Segundo ela, se os cães não forem doados, irão para as ruas das cidades vizinhas, “gerando um transtorno para as pessoas e para os cuidadores voluntários, que terão de resgatar estes animais daqui a algum tempo. “Eles são domésticos, não estão acostumados com as ruas e certamente não sobreviverão”, lamenta.
Izabella ainda pede a quem estiver disposto a adotar, dar abrigo temporário ou mesmo apadrinhar um ou mais animais – ajudando com valores mensais para compra de rações e outras despesas de manutenção, que entre em contato com ela pelo telefone (35) 99846-0108 ou com a Danilsy, pelo telefone (31) 99466-8162.
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