Autoridades viçosenses vão a Belo Horizonte em busca de mais segurança

Segurança na pauta

Autoridades viçosenses vão a Belo Horizonte em busca de mais segurança

Audiência Pública debaterá violência em Viçosa


Na próxima segunda-feira, 23, às 9 horas, acontece, na Câmara Municipal de Viçosa, uma audiência pública que vai debater a violência em Viçosa e região. Os convidados para o evento são a secretaria Estadual de Defesa Social, as Polícias Civil e Militar, a UFV, a Defensoria Pública, a Promotoria de Justiça, Prefeitura, lideranças, além de toda a população.
A audiência pública está sendo promovida pela Assembleia de Minas e será presidida pelo deputado estadual Paulo Lamac.

Mais audiências
Nesta quarta-feira, 18, o deputado estadual Roberto Andrade participou da reunião da Comissão de Segurança Pública da Assembleia de Minas e protocolou requerimento para realização de outra audiência pública em Viçosa para debater formas de combate ao crime no município e na microrregião.
Roberto Andrade disse que “o número de homicídios, latrocínios, assaltos, furtos e demais delitos vem crescendo assustadoramente em Viçosa, na Zona da Mata, colocando o município entre os mais violentos de Minas Gerais. Só em 2015 já ocorreram dez homicídios, o que corresponde a um assassinato por semana”.
No requerimento, o parlamentar viçosense solicita a participação de lideranças comunitárias, autoridades públicas e membros da sociedade civil. O pedido foi lido e aprovado na Comissão. A audiência ainda terá data marcada.

 

Duas comitivas formadas por autoridades de Viçosa estiveram em Belo Horizonte, na sexta-feira última, 13, para tratar com autoridades do Governo de Minas, medidas mitigatórias dos números da violência em Viçosa
Uma das comitivas, formada pelo prefeito Ângelo Chequer (PSDB), pelo deputado estadual Roberto Andrade (PTN), pela presidente da Câmara de Vereadores, Marilange Pinto Coelho (PV), pelo vereador Alexandre Valente (PSD) e pelo representante da Associação Comercial de Viçosa, Bruno Torres, cumpriu extensa agenda de reuniões com diversas autoridades em Belo Horizonte, com o objetivo de obter recursos físicos e humanos afim de se diminuir os números da violência em Viçosa, que, até ontem, já registra 12 assassinatos e seis semanas, em 2015.

POLÍCIA MILITAR
No primeiro encontro a comitiva foi recebida pelo chefe de Estado Maior da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), coronel Marco Antônio Bicalho, na Cidade Administrativa do Governo de Minas, em Belo Horizonte. O objetivo do encontro foi a busca de mais estrutura, melhores condições de trabalho, recursos e efetivo para a 10ª Companhia Independente da Polícia Militar em Viçosa.
O coronel disse que tem acompanhado a situação de Viçosa e se mostrou disposto a cooperar com o município. Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura de Viçosa, na ocasião o chefe de Estado Maior reforçou que já estão agendados o envio de um reforço de 30 policiais para o efetivo da Companhia, duas novas viaturas com tração nas quatro rodas e três motocicletas para a implantação do segundo Grupo Especializado em Prevenção Motorizada Ostensiva Rápido (GepMor). Antes, os novos soldados passarão por um curso de formação em Ubá e, dentro de seis meses, devem começar a ser enviados para estagiar em Viçosa.

DEFESA SOCIAL E POLÍCIA CIVIL
Ainda na Cidade Administrativa, a comitiva de Viçosa participou de uma reunião com o secretário de Estado de Defesa Social, Bernardo Santana de Vasconcelos e com o chefe adjunto da Polícia Civil de Minas Gerais, Marcos Silva Luciano. O grupo apresentou ao secretário alguns números sobre a violência em Viçosa e entregou um ofício solicitando a instalação de uma Delegacia Regional da Polícia Civil na cidade, com consequente aumento expressivo do número de delegados e demais agentes de segurança, para que seja possível a volta dos plantões.
O secretário Vasconcelos explicou que a curto prazo não é possível elevar a 20ª Delegacia de Viçosa a uma unidade regional, mas, entendendo o perfil diferenciado da cidade universitária e o momento delicado que o município tem vivido com o aumento da violência e da criminalidade, solicitou ao chefe adjunto da Polícia Civil, Marcos Silva Luciano, o agendamento de uma visita a Viçosa para a realização de estudo para a posterior implantação do plantão na Delegacia. Segundo a assessoria de Imprensa da PMV, uma equipe virá a Viçosa nas próximas semanas para pontuar o que precisa ser modificado na unidade para a implantação do funcionamento em regime de 24 horas.
Vale destacar que atualmente as ocorrências policiais que são registradas em Viçosa das 18 às 7 horas do dia seguinte, são sempre encerradas na Delegacia de Ubá, que funciona em regime de plantão. Esse deslocamento durante a madrugada empenha várias equipes e viaturas da Polícia Militar de Viçosa, causando uma diminuição na equipe de plantão, que poderia estar atendendo outras ocorrências na cidade.

POLÍCIA FEDERAL
Em sua última reunião na capital mineira, a comitiva de Viçosa participou de um encontro com o superintendente da Polícia Federal no Estado de Minas Gerais, Sérgio Menezes, na sede regional da Polícia Federal, em Belo Horizonte. A reunião também contou com a presença de Belmiro Zamperlini, diretor de logística e segurança da UFV, representando a reitora Nilda de Fátima Ferreira Soares.
Visando mitigar o problema da segurança pública em Viçosa, principalmente na área de inteligência investigava, a comitiva pleiteou a instalação de um posto avançado da Polícia Federal no município, já que a cidade possui uma Universidade Federal e representações da Justiça Federal e do Ministério Público Federal.
Menezes disse que irá analisar a possibilidade de criar um núcleo da PF no município, mas adiantou sobre a instalação imediata de um Posto Avançado de Atendimento da PF, que facilitará a retirada de passaportes e o atendimento a estrangeiros. A unidade será instalada em parceria com a UFV, que irá ceder o local e servidores para o funcionamento do serviço.
Participaram desta última reunião, além dos membros da comitiva já citados, os juízes federais, Rafael Torres e Evaldo Filho.
Para Roberto Andrade, o saldo das reuniões foi bastante positivo. O deputado acredita que o reforço policial é indispensável para a redução da criminalidade em Viçosa, mas disse que somente a repressão não será capaz de combater o crime. Segundo o parlamentar viçosense, também é preciso investir na formação dos cidadãos desde pequenos, dando incentivo a projetos socioculturais e boa formação escolar.
O prefeito Ângelo Chequer também saiu satisfeito dos encontros. Ele espera que o número de crimes praticados em Viçosa caia a partir da chegada dos novos investimentos. O prefeito ressaltou a importância de Viçosa ter um representante na Assembleia de Minas comprometido com o desenvolvimento da cidade. “Viçosa saiu vitoriosa nas últimas eleições ao eleger o deputado estadual Roberto Andrade. Sem o apoio dele aqui em Belo Horizonte, não teríamos a mesma facilidade para nos reunir com as autoridades estaduais e buscar soluções para combater a criminalidade”, afirmou.

Mais reivindicações
Outras comitiva de autoridades, liderada pelo deputado estadual Paulo Lamac, esteve na Secretaria Estadual de Defesa Social (Seds) em Belo Horizonte, no mesmo dia, onde foram também recebidos pelo secretário de Defesa Social, Bernardo Santana de Vasconcelos, pelo secretário adjunto, Rodrigo Teixeira, e pelo chefe da Polícia Civil de Minas Gerais, delegado Wanderson Gomes. Presentes na reunião, além do deputado estadual Paulo Lamac, estiveram o deputado federal Padre João, o delegado de Polícia Civil de Viçosa, José Donizetti Teixeira, o delegado regional de Ubá, Fernando Dias, os vereadores de Viçosa, Sávio José (PT), Lidson Lehner (PR), Edenilson José de Oliveira, Geraldo Deusdedit Cardoso (PSDC) e a vice-presidente do Conselho de Segurança Pública de Viçosa (Consep), Cristina Fontes, além do assessor parlamentar, Frederico Araújo.
Os participantes ressaltaram que Viçosa é a única cidade do Brasil que possui uma universidade federal e que não tem uma Delegacia Regional de Polícia Civil.
Plantões
Segundo autoridades ligadas à segurança pública em Viçosa, a delegacia local possui estrutura física suficiente para voltar a receber os plantões ou mesmo para ser promovida a delegacia regional. O que falta é a nomeação de mais profissionais. Para que os plantões voltem a acontecer em Viçosa, a delegacia deverá contar com pelo menos mais 3 delegados, que se juntarão aos cinco que atualmente trabalham aqui e aos outros dois que trabalham em Teixeiras e Ervália. Além destes profissionais que não estão disponíveis nos quadros do governo, outros dois escrivães e mais outros dez investigadores deverão ser direcionados para Viçosa. O envio de mais três médicos legistas e quatro peritos criminais são necessários para que Posto de Perícias Integradas (PPI), onde funciona também o Instituto Médico Legal (IML) possa funcionar em regime de plantão, o que dá a dimensão do investimento que precisa ser feito para que os plantões voltem a acontecer em Viçosa.