Audiência Pública sobre situação dos PSFs teve baixa participação
Poucos são os usuários que colocam a cara a tapa para avaliar a qualidade dos 13 postos de saúde de Viçosa
Os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) em Viçosa perderam a oportunidade de dizer ao Poder Público Municipal como avaliam os serviços prestados nos Postos de Saúde da Família. Essa foi a avaliação dos poucos participantes da Audiência Pública realizada na última quinta-feira, 9, na Câmara, solicitada pelo vereador Gilberto Brandão (Avante).
A discussão contou com a presença do Secretário Municipal de Saúde, Rainério Fontes; da Gerente de Departamento de Redes de Atenção à Saúde, Dévola Gouveia; do Procurador da Saúde, Lucas Sathler; da Coordenadora da Atenção Primária, Glaucia Machado; da enfermeira da Atenção Primária, Angélica Andrade; e da Agente Comunitária de Saúde, Maria Priska de Macedo. Os vereadores Bartomélio Martins (PT), Marco Cardoso (PSDB), Marcos Fialho (sem partido) e Rogério Fontes (sem partido) também participaram.
Abrindo a participação popular, Maria Aparecida Paiva (Cida) parabenizou pela realização da audiência de um tema tão relevante, mas lamentou que “a população não participa como deveria’’, devido à baixa presença de cidadãos no plenário e online. Em sua fala, além dos questionamentos a respeito das Unidades Básicas de Saúde (UBSs), da capacitação de agentes comunitários e da infraestrutura dos PSFs, citando o do bairro Nova Viçosa, Cida destacou a importância da educação continuada para descongestionar os hospitais.
“A partir do momento que a população é bem informada, ela sabe onde procurar o recurso que necessita. Ainda estamos muito falhos nisso. A gente sabe que a atenção primária é a porta de entrada da saúde e ela não está funcionando como deveria, isso não é de agora, é de muito tempo’’, avaliou.
Logo após, a moradora do bairro Santo Antônio, Joana, prestou seu depoimento e falou da sua experiência em relação ao PSF do bairro: “Só quem vai sabe o que é isso. Você chegar lá às 5h da manhã, esperar abrir o PSF e ouvir que ‘o médico não vem hoje, você pode vir outro dia pegar a ficha’. Essa pessoa que foi até lá, não poderia ser agendada para consultar outro dia?’’.
A usuária do PSF ainda tornou pública a situação vivenciada com seu marido, que tinha uma cirurgia agendada em Ponte Nova e, segundo ela, corria o risco de perdê-la devido à falta de uma assinatura para liberação de um exame de sangue. “Eu aprendi apanhando, meu marido perdeu a visão de um olho por causa de exame’’, lamentando, ainda, a falta de informação.
Após as falas de cada representante da Saúde, os parlamentares fizeram questionamentos ao secretário Rainério em relação aos medicamentos de alto custo, aos horários de funcionamento e infraestrutura dos PSFs; se haveria a possibilidade de ampliação da equipe dos postos para possibilitar a extensão do horário; sobre o planejamento da Secretaria de Saúde para abertura de PSFs nas áreas rurais; sobre o baixo número de fichas disponibilizados nos postos e também sobre a necessidade de aprimorar a divulgação em diversos âmbitos da saúde municipal, a fim de informar a população.
Em relação à infraestrutura dos postos de saúde, Rainério afirmou que há previsão de reforma nos PSFs do Município, com prazo de 60 dias para serem iniciadas, salientando que ‘“o de Nova Viçosa será o primeiro a ser contemplado’’.
Aos questionamentos relacionados à falta de fichas e demanda de exames, o secretário afirmou que “iremos solicitar um rastreio a respeito das fichas. Sobre os exames, temos um protocolo a ser seguido, de preparação do paciente, não é o secretário que delibera qual paciente será atendido, e sim de acordo com a classificação de risco, que estamos atualizando’’. Além disso, Rainério também reforçou a importância da educação continuada e divulgação das informações a respeito da saúde.
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