Seu Tuim é tema do Vem Quem Quer

Seu Tuim é tema do Vem Quem Quer

O Bloco Vem-Quem-Quer traz para o desfile de 2016 o tema “seu Tuim”. A marchinha, vencedora de um dos concursos de carnaval de Santa Luzia, o “Santa Folia”, é de um compositor daquela cidade e fala sobre uma injustiça com um cidadão chamado Antônio, apelidado de “Seu Tuim”, que foi preso injustamente e todos clamam pela liberdade dele, como reza o refrão: “Se você tem bom coração e gosta de mim, quero ver você soltar o seu Tuim”.
A princípio, a música da marchinha “Rua dos Passos”, já pronta, com letra de Francisco de Castro e música do Maestro Rogério Campos, seria o tema. A letra fala sobre o início da criação de Viçosa, quando aquela rua era única e ia desde o Pau de Paina (atual bairro Nova Era, próximo à antiga Usina) até a atual Praça Silviano Brandão, como remata a canção: “Rua dos Passos e cercania era o Samba, era o abraço e a alegria". A letra também fala sobre os olhares “indiscretos” pelas gretas das janelas, até há tempos bem próximos, observando os namoradinhos, para a fofoca do dia seguinte. Devido ao tempo escasso, o tema será amplamente trabalhado durante o ano 2016 e será apresentado no Carnaval de 2017.
O desfile do bloco será na sexta-feira, 29, com início às 20 horas, saindo da esquina da Rua Afonso Pena com Rua Doutor Brito.
O bloco existe e desfila desde 1979, quando um temporal em janeiro fez um estrago grande na cidade o que levou à suspensão do carnaval de rua daquele ano. E era para ficar assim... mas, uma reunião uma semana antes, na casa do senhor Sebastião Salgado e de dona Dalva, no Bairro de Lourdes, mudou a história. Daquele local sairia, na sexta-feira, dia 3 de março, e dias sequentes, o bloco Batuqueiros da Colina, com uma bateria afinada e um grupo animado, o que levou muitas pessoas à Praça Silviano Brandão. Ali surgiu o embrião do futuro bloco.
No ano seguinte, a história continuou, agora na Rua dos Passos, mais precisamente em frente à venda do Murrudo (esquina com a Rua Afonso Pena). Enquanto rolava um pagode com o Grupo Unidos por Acaso (UPA), os amigos Francisco Assis de Souza Castro (Jeremias), Cássio Eurico Sales Tibúrcio (Cassinho), Erli Júlio (Zulu), José Flávio Gamarano, Eugênio Antônio do Nascimento (Gena), José Maurício Lopes Pinto e Wagner Queiroga Ferreira decidiram pela fundação do bloco que tinha como principal meta manter a tradição das marchinhas que animavam os antigos carnavais. E tem mais: ficou a proposta de sair também com marchas próprias, compostas para cada desfile. Assim foi e é feito todos os anos.
Nem sempre a saída do bloco foi fácil, muitas vezes faltou apoio, o que nunca faltou foi entusiasmo. O bloco já desfilou com bateria, banda (Oswaldinho e Lira Antônio Chequer), trio elétrico e, acreditem, sem nenhum som acompanhando já que, numa ocasião, o motorista do carro de som esqueceu o gerador. Sem problemas. O carro ficou estacionado e a turma seguiu para a avenida.
Depois foram chegando outras pessoas: Maestro Francisco Salgado, adaptando música às letras das Marchinhas e Izauro e Betinho gravando as músicas. Uma contribuição forte foi a chegada do Babá com o seu trio elétrico. Ali acabou o problema do som. Em 2006, um novo parceiro, a Banda Eros - que já tivera participação muito especial na gravação da música “Antraz” – gravou “Cooper”. Atualmente o bloco desfila sob o som do “Tigrão”
Com o falecimento do Maestro Chico Salgado, o também maestro Rogério Moreira Campos, Regente da Universidade Federal de Viçosa, chegou para somar nas composições das marchinhas do Bloco.
No Carnaval de 2015, o tema foi a terceira idade “Sonora Idade”, com a participação ativa da turma do Programa Municipal da Terceira Idade (PMTI). Mas a marchinha abaixo, remonta aos inícios dos anos 80, a primeira gravada, com letra de Jeremias e música do Maestro Expedito Gomes de Castro, primeiro parceiro profissional da música do bloco. Na época, havia um militar na cidade que apreendia todos os casaisinhos que estavam beijando em vias públicas, e os levavam até a presença dos pais (principalmente das meninas), para aquela reprimenda que os jovens da época bem sabem como eram. Dali nasceu a marchinha “O beijo”, que os maldosos logo batizaram com o nome de “Melô do Mão Preta”. Foi assim:
“Doutor/ que ideia sua/ é proibido beijar na rua (Refrão).
Se na rua é proibido/ em casa mamãe não quer/ tem marido que está com medo/ de beijar a própria mulher.
O beijo é o melhor tempero/ para a receita do amor/ já estou desesperado/ eu quero um beijo, doutor”.