Pesquisa revela dificuldades do ensino remoto e medo de retorno presencial em Viçosa

Professores da rede municipal de ensino responderam questionário sobre condições de trabalho durante a pandemia

Pesquisa revela dificuldades do ensino remoto e medo de retorno presencial em Viçosa

O iminente retorno às atividades presenciais de ensino ainda é visto com certa cautela por grande parte dos profissionais de educação e estudantes de Viçosa. É o que aponta o resultado de uma pesquisa conduzida pela Secretaria Municipal de Educação, sobre as condições de trabalho docente durante a pandemia e as condições socioeconômicas da comunidade escolar.

Os questionários online foram disponibilizados no mês de abril. Dos 417 docentes da rede municipal, 74,6% responderam (311). Já entre a comunidade escolar, foram coletadas 1.424 respostas, de um total de 4.815 estudantes registrados, conforme o Censo Escolar 2021.

Para a Secretária de Educação, Marli Franco, os resultados são esclarecedores e ajudaram a perceber “o desafio de cada professor em utilizar recursos tecnológicos e o da família para interagir com a nova modalidade de ensino, onde foi necessária a adaptação da forma de trabalho do professor e a parceria da família dos educandos”.

PROFESSORES

Para 51% dos professores, o sentimento em relação ao trabalho é de “medo e insegurança, por não saber quando e como será o retorno à normalidade”. Outra parcela (16%) relata “angústia em relação ao futuro”. Já para 24% dos profissionais, há o clima de tranquilidade, de que “logo a normalidade será retomada”.

O principal desafio docente durante a pandemia é conduzir as atividades de forma online sendo que, em muitos casos, os estudantes não possuem conexão com a internet, conforme 69% das respostas. Os reflexos da dificuldade de acesso se refletem na queda drástica da participação discente durante as aulas (42%).

Os próprios professores tiveram que se adaptar, de forma brusca, para lidar com as exigências do ensino à distância. Apesar de 85% dos docentes ter afirmado que já possuía experiência com modelos não-presenciais, 57% das respostas aponta um desconforto e 53% uma “habilidade razoável” com informática.

A internet, contudo, não é apontada como uma vilã do ensino. Os professores estão buscando capacitações e afirmam que as ferramentas atuais permitem a edição, criação e pesquisa de conteúdos didáticos de forma mais fácil, bem como a aprendizagem colaborativa e o contato mais fluido entre a comunidade escolar. Apesar de várias ferramentas disponíveis para aulas online, a troca de mensagens instantâneas, por Whatsapp, é apontada por 78% dos professores como a forma mais eficaz de interação.

ESTUDANTES

Para os estudantes, as barreiras de conexão são maiores. Cerca de 20% das respostas aponta uma dificuldade de acesso à internet, sendo que 7% não possui nenhuma forma de estar online. Ainda assim, mais de 50% dos estudantes diz que o ensino não-presencial foi de fácil adaptação.

Os pais ou responsáveis que preencheram o questionário disseram que houve perda de interesse do aluno durante a pandemia, com cerca de 20% das respostas para esta alternativa. O principal motivo é dificuldade de concentração em frente à tela do computador ou celular.

Acesse o relatório completo aqui.