Êxtase comemora 10 anos com estreia de“Arreda”
Inspirados na arte do interior de Minas Gerais, pelos tambores dos congos, das danças e crenças dos que em diáspora atravessaram o continente africano e chegaram às Minas, pelos cânticos que ecoam a luta diária das lavadeiras do vale do Jequitinhonha, e ainda pelo mártir da independência Tiradentes, e as profundas reflexões traduzidas em palavras do poeta Guimarães Rosa, o Êxtase criou seu primeiro espetáculo autoral.
Comemorando 10 anos de atividades profissionais, a Cia traz a força, a beleza e a simplicidade da arte produzida no interior de Minas Gerais em um trabalho com coreografia de Cleison Lana e Wellington Júlio que também são bailarinos do Êxtase desde o início da sua profissionalização, e que para esta criação contaram com a colaboração de todo o elenco da Cia formado pelos bailarinos Lidiane Jacinto, Rafael Tiko, João Petronílio, Paloma Atanes, Rayane Nobre, Thaís Webster, Alyx Dantas, Danúbia Dias, Louise King, Emerson Felipe Viana.
A busca pela valorização do trabalho artístico produzido no interior e por mais espaço e visibilidade para os artistas está presente no espetáculo, a começar pelo nome, “Arreda” uma expressão bem regional, de origem mineira que significa: deslocar, empurrar, mover; e é usado pela Cia para dizer que sua arte tem continuidade, é viva, e sobrevive a todo preconceito e invisibilidade.
Patrícia Lima, diretora geral do Êxtase reforça que o espetáculo mostra que “apesar de todas as dificuldades a arte sobrevive com força, vigor, criatividade, energia e vontade de fazer. E é isso que nos move a todos”. Lidiane Jacinto, diretora artística da Cia, espera que o público reconheça no trabalho “nossa vontade, enquanto artistas de interior de Minas, de ter mais oportunidades. Nossa luta é pelo reconhecimento. Trabalhamos sempre para romper as barreiras das montanhas e chegar às capitais mostrando que temos qualidade e merecemos um lugar às vistas do público”.
A mineiridade do trabalho está presente também na trilha sonora que traz trechos do documentário “As benzedeiras de Minas”, dirigido por André Tonacci com roteiro de Márcio Sgreccia e produção de Daniel Tonacci. O filme de 2007 foi produzido com apoio do Iphan/CNFCP. Além de canções: Breu, de Xênia França; Água - Vidro –Uakti; Batuque nas Águas, de Naná Vasconcelos; e Moreno, de Renata Rosa.
O espetáculo que estreia em Viçosa nos dias 28 e 29 de outubro, com entrada gratuita contará também com convidados. No sábado, 28, a programação começa às 20h, além da estreia de “Arreda”, o Grupo Êxtase Experimental apresentará o espetáculo “Cachorro Perdido”, de Mário Nascimento um dos mais importantes espetáculos da companhia na sua história. E no domingo, 29, o público assiste “Arreda” e o Grupo Impacto de Danças Urbanas, que também estreia seu primeiro trabalho autoral “Baobás”. Os ingressos poderão ser retirados no Núcleo de Arte e Dança.
O Grupo Êxtase conta com o incentivo da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Governo de Minas Gerais e patrocínio da Haskell, Viação União e Metalsider e o apoio Cultural do Jornal Folha da Mata e da PMV.A promoção do espetáculo de estreia é da PEC - DAC - UFV numa realização do Núcleo de Produções Culturais, Instituto ASAS e Núcleo de Arte e Dança.
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