Deputados querem investigar abandono de ferrovias em Minas
Entre os trechos está o que liga Ponte Nova a São Geraldo, passando por Viçosa e outras cidades vizinhas
A Comissão Extraordinária Pró-Ferrovias Mineiras da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) aprovou, em reunião na última quinta-feira, 21, três requerimentos de visitas, um deles ao Ministério Público Federal (MPF), em Belo Horizonte.
O objetivo, junto ao MPF, é avaliar o cenário dos contratos de concessões ferroviárias no Estado e a situação das empresas responsáveis quanto ao cumprimento das condições contratuais estabelecidas.
Entre os vários trechos de ferrovias desativadas está o que liga Ponte Nova São Geraldo e passa por Teixeiras, Viçosa, Cajuri e Coimbra, antes de descer a serra.
Para os viçosenses, a preocupação é a destinação dada ao trecho urbano da ferrovia, que tem aproximadamente 10 quilômetros e corta o centro da cidade, ligando o bairro Novo Silvestre ao campus da UFV e que ainda pode ser usado como um novo Plano de Mobilidade Urbana, com a implantação do VLT (veículo leve sobre trilhos), do Trem das Serras de Minas e a construção de ciclovias e calçadas ao lado da linha férrea.
A longo prazo, a ferrovia poderia voltar a ligar Viçosa a outras cidades, como São Geraldo a Teixeiras, por exemplo.
O problema é que o citado trecho está sendo invadido, aos poucos, por pessoas que veem ali uma oportunidade de aumentar o seu terreno, até mesmo construir sua morada, no leito onde poderia ser construída uma nova via totalmente plana, que cortaria a cidade de norte a sul.
Ao invés de fiscalizar e impedir que as invasões ocorram, os órgãos públicos terão que, no futuro, pedir na Justiça o desimpedimento das áreas invadidas, para que possam servir novamente à comunidade.
Mas, desativada desde 1996, a malha ferroviária centro-oeste, assumida pela Ferrovia Centro-Atlântica S.A. (FCA), vem, sistematicamente, sendo invadida em sua faixa de domínio onde construções irregulares surgem da noite para o dia, sem nenhum tipo de fiscalização.
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