Carrapato da febre maculosa está sob controle na UFV, diz professor
As recentes notícias dando conta da morte de uma criança em Belo Horizonte, vítima de picada do carrapato-estrela, transmissor da febre maculosa, fez com que algumas pessoas se mobilizassem, em Viçosa, no sentido de obterem mais informações sobre a situação, uma vez que na UFV há registros desse parasita.
Em BH, mais precisamente no Parque Ecológico Francisco José Lins do Rêgo Santos, na Pampulha, um cerco ao carrapato-estrela foi montado com a Prefeitura adotando medidas restritivas na área verde.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, em Minas Gerais há 12 casos da doença confirmados neste ano, com quatro mortes. A Fundação Ezequiel Dias, em Belo Horizonte, está analisando 15 casos suspeitos de outras regiões do Brasil.
Na UFV, há quatro anos, foram realizados diversos estudos para o combate ao carrapato-estrela por causa da grande quantidade de capivaras, hospedeiros naturais dos carrapatos, que circulava pelo campus da UFV.
À época foi ventilado o extermínio dos animais, mas um trabalho coordenado pelo professor da UFV e médico veterinário, Tarcísio Antônio Rego de Paula, concluiu que a retirada ou extermínio das capivaras não garantiria o fim do carrapato-estrela. Segundo ele, os roedores adultos são resistentes e refratários ao micro-organismo que causa a febre maculosa, pois, após se infectar, criam anticorpos naturais contra a doença. Nesse sentido, elas são consideradas “sentinelas”, constituindo barreiras naturais que impedem a propagação da bactéria. O maior risco é a infecção dos filhotes, que ainda não têm proteção de anticorpos.
Ainda de acordo com o professor, o transmissor da doença, na ausência dos roedores, poderá se hospedar em outros animais de convívio mais próximo com o ser humano, como cachorros, cavalos e até aves. Isso aumenta o risco de epidemia de febre maculosa. Além disso, a remoção da população de capivaras deixaria o território livre para a chegada de outros bandos.
A solução encontrada para resolver o problema no campus da UFV, foi o controle das capivaras e dos carrapatos. Os 68 animais que viviam nas lagoas foram submetidos a vasectomia nos machos e a ligadura nas tubas uterinas das fêmeas. Paralelamente foram usados cavalos, em diferentes pontos, como “iscas” para os carrapatos que foram tratados posteriormente.
O resultado da operação foi a redução do número de capivaras para quatro e consequentemente o controle eficiente dos carrapatos-estrela no entorno das lagoas.
Mas, mesmo com todos os cuidados dispensados pela UFV para o controle da situação, o professor e pesquisador Cláudio Mafra, do Departamento de Bioquímica, recomenda o menor acesso possível às áreas sinalizadas e tidas como habitat do carrapato-estrela, que mesmo de forma controlada, ainda permanece nos gramados e pode se hospedar em animais como cachorros e gatos e até em pessoas.
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