Apresentado o projeto arquitetônico de estruturas físicas do Parque do Cristo

Foram projetadas estruturas de portaria, sede administrativa, área no entorno do monumento da santa (Nossa Senhora Aparecida), lago com área de piquenique, ponto de apoio a visitantes e sanitários

Apresentado o projeto arquitetônico de estruturas físicas do Parque do Cristo

Na última reunião do Conselho Consultivo do Parque Natural Municipal do Cristo Redentor (PNMCR), realizada no último dia 26 de abril, o Instituto Socioambiental de Viçosa (Isaviçosa) apresentou o projeto arquitetônico das estruturas físicas do Parque.

Foram projetadas estruturas de portaria, sede administrativa, área no entorno do monumento da santa (Nossa Senhora Aparecida), lago com área de piquenique, ponto de apoio a visitantes e sanitários. O projeto também contempla uma área de lazer, que inclui pista de skate, parkour, quadra poliesportiva com arquibancada, anfiteatro e parquinho para crianças.

A proposta de uma trilha suspensa, que garanta a acessibilidade até chegar ao monumento do Cristo Redentor, também foi apresentada. Já para a estrutura existente no monumento, foi pensado um centro de visitantes (com loja e espaço para uma exposição do histórico da unidade de conservação), a substituição da balaustrada por guarda-corpo mais leve e um setor de alimentação para os visitantes.

A equipe responsável pelo projeto é coordenada pelos professores Josarlete Soares e Roberto Goulart, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFV, e formada pelos arquitetos colaboradores do Isaviçosa, Marcel Pires e Hermano Fernandino, e também por duas estagiárias bolsistas estudantes do DAU/UFV.

Durante a apresentação, a equipe explicou que o projeto foi desenvolvido a partir do Plano de Uso Público, elaborado durante oficinas participativas e consultas públicas, nas quais a comunidade viçosense sugeriu estruturas a serem desenvolvidas e materiais a serem utilizados. “A missão da equipe de arquitetura foi materializar o Plano de Uso Público em um projeto arquitetônico”, ressaltou o arquiteto Marcel Pires.

A professora Josarlete Soares compartilhou com os presentes os desafios enfrentados na elaboração do projeto, como a topografia da área e o cuidado necessário para garantir a acessibilidade de pessoas com dificuldade locomoção. Destacou também o enorme potencial que o Parque do Cristo apresenta para oferecer um espaço único à população de Viçosa, dentro da área urbana, com uma estrutura completa de equipamentos para uso público e, ao mesmo tempo, com espaços de preservação - cumprindo a função de uma Unidade de Conservação, trazendo benefícios em relação à qualidade do ar, à fauna, à flora e à água, contribuindo na recuperação do lençol freático, e também oportunidades de lazer e bem-estar à população de Viçosa.

Durante a apresentação, alguns membros do Conselho Consultivo questionaram o Isaviçosa sobre os custos do projeto. A equipe esclareceu que ainda não tem os valores, mas ressaltou que, entre os próximos passos, está a finalização de projeto executivo, que consiste no desenho técnico para a execução da obra. O Instituto também ressaltou que já está trabalhando também na elaboração de termos de referência e editais, visando a contratação de empresas especializadas para o desenvolvimento de projetos estruturais e complementares, como elétrico, hidráulico, saneamento básico, dentre outros.

PARA LEMBRAR

O Instituto Socioambiental de Viçosa (Isaviçosa), que possui natureza jurídica de associação, é responsável pela execução e implementação do Plano de Manejo do Parque do Cristo desde julho de 2021, quando, após processo movido pelo Isaviçosa contra o Município pelo abandono no Parque do Cristo, o MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) propôs um Acordo de Cooperação entre a Prefeitura de Viçosa e a entidade, onde as partes assumem o compromisso de conjugar esforços e cooperar entre si para a consolidação do Parque. Para isso, o Instituto recebe recursos administrados pelo MPMG oriundos de decisões judiciais que resultam no pagamento de multas aplicadas como punição por crimes ambientais.

Em novembro do ano passado, o vereador Marcos Fialho solicitou ao MPMG e ao Isaviçosa uma prestação de contas dos recursos recebidos e aplicados no Parque. Na época, a diretoria do Instituto informou ao Folha da Mata, durante entrevista, que poderia realizar uma audiência pública de prestação de contas na Câmara no início deste ano.

Também procurado para comentar o pedido do vereador, ainda no ano passado, o promotor Felipe Valente, da 2ª Promotoria de Viçosa, explicou que o Isaviçosa não tem obrigação legal de prestar contas à Câmara, uma vez que os recursos utilizados pelo Isaviçosa não são públicos, como afirmou o vereador, mas sim privados: “trata-se de valores depositados por empresas privadas condenadas em processos de crimes ambientais, não são recursos da esfera pública”, detalhou.

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