Viçosenses perdem mais de R$ 200 mil em golpes
Muitos golpes são aplicados quando os larápios têm acesso ao cartão bancário da vítima e sua respectiva senha
No mês em que a punição de fraudes, furtos e estelionatos praticados com celular ou computador foi aumentada pela Lei 14.055/2021 no Senado Federal, Viçosa registrou mais de 26 crimes de golpes, somente nos últimos 30 dias.
Uma pesquisa feita pelo jornal Folha da Mata junto à polícia revelou que o uso fraudulento de dados pessoais e bancários lidera os casos de estelionato, seguido por clonagem de cartão de crédito. Ao todo, mais de R$ 203 mil foram levados das vítimas em Viçosa, lesionando homens e mulheres de idades variadas, visto que os criminosos não fazem acepção de idade ou gênero ao selecionar seus alvos.
Dentre as formas mais comuns para obter vantagens com o uso de dados pessoais e bancários está o chamado “golpe do cartão clonado”, em que o farsante, se passando de atendente bancário, entra em contato com a vítima alertando falsamente sobre compras realizadas sem autorização do titular do cartão e é orientado que ela solicite o bloqueio ou cancelamento da conta, com a entrega do cartão, com a respectiva senha, a um portador que se prontifica a fazer o serviço de coleta pessoal do material na casa da vítima. Na maioria dos casos, a vítima só descobre a façanha após verificar transações bancárias feitas com cartão que seria supostamente cancelado.
As instituições financeiras alertam que o procedimento de cancelamento e bloqueio não são feitos dessa maneira, já que a senha é de uso exclusivo do cliente e que qualquer movimentação do tipo deve ser feita pelo titular da conta, de preferência fisicamente dentro da agência bancária.
CARTÃO CLONADO
Golpistas também utilizaram dados pessoais e bancários de dois moradores de Viçosa para abertura de contas em instituições financeiras, operadoras de telefone, e lojas.
Em maio, três estelionatos com clonagem de cartões foram realizados em moradores de Viçosa, sendo que no dia 7, uma mulher de 61 anos teve mais de R$ 45 mil retirados de suas contas na Caixa Econômica Federal; um homem de 30 anos teve um prejuízo de quase R$ 6 mil por compras efetuadas nas Lojas Magazine Luiza com o cartão clonado do estabelecimento; e no dia 24, uma outra mulher de 41 teve seu aplicativo do banco Bradesco clonado e seus dados foram usados para solicitar novos cartões de crédito, porém o prejuízo não fora calculado.
Criminosos também conseguiram acessar contas na Caixa Econômica Federal de uma mulher de 47 anos no dia 20, e realizaram um Pix e um TED que levaram R$10 mil; já no dia 06, uma idosa de 72 teve sua conta invadida e perdeu R$ 4.200 em um único Pix.
GOLPES VIRTUAIS
Ocorreram também golpes no aplicativo de mensagens WhatsApp, em que os criminosos clonam o número da vítima, enviam mensagens aos contatos salvos no chip em nome do prejudicado, solicitando transferências bancárias. Duas mulheres com idade inferior a 35 anos caíram nesse golpe e repassaram dinheiro a bandidos através do Pix, sem saber que estavam sendo enganadas.
No dia 25, uma mulher teve R$13.800 perdidos para um farsante que a manipulou através de trocas de mensagens, que ela acreditava ser um namoro virtual, uma vezque não tinham se visto pessoalmente. Em dado momento, o golpista que se dizia ser do estado de São Paulo, havia afirmado que estava viúvo e precisava de dinheiro para ajudar seu filho doente, sendo feito várias transferências que juntas somaram R$ 13.500. A vítima de 48 anos só desconfiou de que poderia ser um golpe quando o suposto namorado passou a pedir dinheiro com certa insistência.
OUTROS ESTADOS
Com uso de dados pessoais de terceiros, os falsários conseguiram solicitar o benefício do auxílio emergencial do Governo Federal, obtendo sucesso ao efetuar saques de R$ 1.800 em outros estados, em nome de dois moradores de Viçosa.
No dia 18, uma senhora de 63 anos registrou boletim de ocorrência alegando que terceiros vêm utilizando seus dados para realizar compras e solicitar crédito em seu nome, desde 2017, e até conseguiu encontrar um RG com seus dados copiados, mas que possuía foto de outra pessoa.
A vítima teve ciência dos fatos depois de receber muitas cobranças de lojas que ela sequer conhecia e ser contatada pelo Grupo Boticário em dezembro de 2020 para efetuar o pagamento de produtos que ela supostamente teria retirado na loja como revendedora. Além disso, a mesma senhora também recebeu uma cobrança de uma imobiliária no valor de R$ 5 mil por ter abandonado um imóvel em Praia Grande (SP) e causar quebra de contrato com o fiador, o que foi contestado pela vítima.
Ainda que os golpes de estelionato sejam semelhantes na maneira de envolver a vítima, a polícia orienta que todos façam compras em sites seguros, protejam informações pessoais nos aparelhos eletrônicos e nunca repassem dados pessoais ou bancários em telefone e internet.
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