Trotes mobilizam Corpo de Bombeiros e geram prejuízos
Uma sequência de trotes telefônicos foi registrada pelo Terceiro pelotão do Corpo de Bombeiros em Viçosa nos últimos dias 15, 16 e 17. Todas as três ligações para o número 193 resultaram no descolamento de equipes e viaturas que não atenderam nada nem ninguém.
De acordo com o sargento André, a instituição recebe todos os dias em torno de 20 ligações fraudulentas. Nos fins de semana, esse número fica maior e chega a passar de 30 contatos falsos. Entretanto, os três recentes trotes recebidos chamaram a atenção pela dimensão dos falsos ocorridos.
No último dia 15, por volta das 15 horas, o atendente do 193 recebeu uma ligação dando conta de um acidente na BR-120, próximo ao aeroporto de Viçosa, com um veículo capotado. Para esse atendimento foi destinada uma equipe de resgate e viatura que, ao chegarem ao local, nada encontraram. “Os bombeiros fizeram ainda um rastreamento na área para tentar localizar o sinistro, mas nada foi visto”, acrescentou o sargento.
No dia seguinte, último dia 16, na mesma faixa de horário, outro contato via 193 informou sobre a ocorrência de um grave acidente de trânsito na BR-120, agora na Serra de São Geraldo. Neste, um ônibus e um carro teriam se chocado e deixado vítimas fatais, além de outras gravemente feridas e que estariam presas às ferragens dos veículos. Para esse atendimento os bombeiros enviaram duas viaturas, uma de resgate e outra de salvamento, e mais uma vez nenhum problema foi encontrado. Outra vez as equipes percorreram toda a Serra com o intuito de localizar o acidente, mas sem sucesso.
Em outro contato fraudulento ao Corpo de Bombeiros, no dia 17, também no mesmo horário, foi informada a ocorrência de mais um acidente de trânsito, desta vez próximo à cidade de Cajuri. Duas viaturas foram enviadas ao local e o mesmo cenário foi encontrado nos outros dois chamados.
PREJUÍZOS
Uma estimativa de prejuízo realizada pelo Corpo de Bombeiros Militares de Minas Gerais, com base nos primeiros meses de 2018, mostra que o deslocamento de uma auto bomba, com quatro militares, para atendimento a uma solicitação falsa de incêndio, por exemplo, pode custar cerca de R$ 500 a hora, considerando todos os recursos empregados como homens e equipamentos. Um trote em que haja saída de uma Unidade de Resgate, com três militares, custa cerca de R$ 200 a hora. Já o emprego inadequado de um helicóptero, com três militares, pode chegar a R$ 6.000 a hora.
Existe ainda um prejuízo que não pode ser mensurado. O deslocamento de uma viatura para uma falsa ocorrência que pode resultar na morte de alguém que esteja precisando, de fato, de socorro.
CRIME
O que muita gente não sabe é que realizar contatos falsos nesse tipo de serviço essencial, como é o do Corpo de Bombeiros, é crime com pena prevista no Código Penal Brasileiro.
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