Prefeito volta a ser sabatinado na Câmara sobre obras emergenciais

Raimundo voltou a reclamar das críticas dos vereadores e da burocracia da Prefeitura

Prefeito volta a ser sabatinado na Câmara sobre obras emergenciais

O prefeito Raimundo Nonato Cardoso (PSD) foi sabatinado pelos vereadores durante a reunião ordinária da última terça-feira, 19. Ele foi convocado por meio de um requerimento do vereador Daniel Cabral (PCdoB) para falar sobre obras emergenciais e plano de contingência da Defesa Civil.

Além do prefeito, compuseram a mesa dos trabalhos o secretário de Obras, André Luís Silva Ricardo, e o chefe do departamento de Defesa Civil, Gilmar de Moura Soares.

Daniel justificou a convocação dizendo que o plano de mitigação enviado pela PMV à Câmara no início de fevereiro é muito simples. “É praticamente o mesmo relatório feito na gestão anterior”, indagou

O secretário André fez um apanhado sobre as próximas obras a serem executadas, quase todas via Cimvalpi (Consórcio Intermunicipal Multissetorial do Vale do Piranga). Justificando a demora para início de algumas obras, André citou a recente mudança na lei de licitações, que agora obriga a Prefeitura a publicar dispensas de licitação, o que, segundo ele, atrasou os processos.

Sobre a construção de muro de contenção na rua Cristóvão Colombo, bairro João Braz, André disse que o prefeito já assinou o empenho, no valor de R$ 330 mil, só falta a conclusão do processo de dispensa de licitação para a execução da obra via Cimvalpi. Está no mesmo status a recomposição da passagem do Pacheco, na avenida São João Batista, que tem projeto orçado em R$ 500 mil. André também anunciou construção de contenção na rua Joaquim Ferreira Coelho, que dá acesso aos condomínios na região do Acamari, orçada em R$ 400 mil.

Já a respeito da ponte do Laranjal, entre o Bahamas Mix e a Pif-Paf, o secretário disse que não tem recurso para a execução da obra, orçada em R$ 2,5 milhões. O secretário contou que também está buscando recursos para refazer a passagem fluvial na rua Honorina de Jesus, bairro Nova Era. O projeto, orçado em R$ 150 mil, contempla a construção de uma galeria de concreto armado por baixo da rua.

A respeito das chuvas, o secretário relatou o esforço de seus servidores nas diversas frentes de trabalho distribuídas após as chuvas. Ele citou limpeza de manilhas e galerias, roçagem ao longo dos cursos de córregos e ribeirões e manutenção de bueiros. “São diversos pontos de manutenção, o custo é muito alto e nosso orçamento está menor neste ano”, desabafou o secretário.

Durante a discussão, o prefeito Raimundo ressaltou suas realizações em gestões anteriores e reclamou das críticas dos vereadores. “Minha vida toda foi só ajudar as pessoas [...] depois que eu morrer, não precisa de coroa de flores não”, declarou logo no início da reunião.

Os vereadores também tiveram oportunidade de se manifestar. Daniel questionou a redução do orçamento para obras e criticou a falta de planejamento. “Quem não aguenta mais sua gestão é a população de Viçosa, que não aguenta mais a sua falta de planejamento [...] quem vive de passado é museu [...] por que vocês reduziram o orçamento da Secretaria de Obras? Postergar essas obras significa que elas vão ficar cada vez mais caras”, salientou o vereador.

Raimundo rebateu: “Eu falo do passado, o que você não tem. O que você já fez pra alguém? A única coisa que você faz é pegar diária. Tem vereador que trouxe emenda, você trouxe o que? Não precisa de você ficar doente, preocupado em eleição não. Me tiraram da Prefeitura igual um animal, igual um cachorro [...], declarou Raimundo, se esquivando de responder as perguntas sobre as obras e expressando frustração com a burocracia da Administração Pública.

A reunião terminou sem nenhum encaminhamento prático.