Anvisa aprova vacina contra a Covid; entenda o que falta para Viçosa começar a vacinar
Plano Nacional de Imunização vai concentrar distribuição das doses, mas estados já se adiantam
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou neste domingo, 17, as duas vacinas que estão sendo desenvolvidas no Brasil: a chinesa CoronaVac, feita em parceria com o Instituto Butantam e a da Universidade de Oxford/AstraZeneca, produzida na Fiocruz.
Cerca de 8 milhões de doses já estão prontas para serem aplicadas na população brasileira, de acordo com os critérios do Plano Nacional de Imunização, do Ministério da Saúde. Após a apresentação da eficácia das vacinas e da aprovação do órgão sanitário federal, resta a pergunta: o que falta para que os viçosenses sejam imunizados?
A equipe do Folha da Mata conversou com o médico infectologista Alex Simiqueli. Ele é responsável técnico por uma sala de vacina de uma clínica particular em Viçosa e presta auxílio técnico para a sala de vacina da Divisão de Saúde da UFV. Segundo ele, os municípios vão precisar organizar a logística de distribuição para garantir que as doses cheguem, de fato, na população.
Pelas redes sociais, o Governador Romeu Zema (Novo), garantiu que a vacinação no estado começaria nesta semana. O Governo de Minas Gerais anunciou a compra de insumos como agulhas e seringas, além da captação de recursos para garantir a compra das doses demais materiais. A Superintendência Regional de Ponte Nova, que engloba o município de Viçosa, já recebeu 121.500 seringas com agulhas, de um total de 7 milhões de itens distribuídos em todas as regionais.
Romeu Zema, no Twitter, fala sobre a vacinação em MG
Além disso, um edital de licitação será feito para que os municípios mineiros possam adquirir câmaras frias, utilizadas para armazenamento das doses dentro da temperatura adequada.
Condições de armazenamento
Segundo o infectologista, a CoronaVac deve ser guardada nas câmaras entre 2 e 8 graus Celsius. É a mesma temperatura já praticada atualmente nas salas de vacina. Ou seja, não serão necessários grandes esforços para adaptação dos espaços quando as doses chegarem.
“A grande questão, que vai exigir mais preparo, é porque o volume de aplicação vai aumentar, uma vez que mais doses serão oferecidas para a população. Nesse caso, a definição de grupos prioritários é fundamental, para evitar sobrecarga”, explica Dr. Alex. Grupos de risco e profissionais de saúde devem ser os primeiros a receberem a imunização.
A logística de distribuição de cada estado vai definir quando as doses vão começar a chegar nos municípios. Com a eficácia de pouco mais de 50%, Alex afirma que o Governo Federal vai ter que se preocupar em ampliar a cobertura vacinal, ou seja, vacinar mais pessoas para garantir a imunização e a consequente redução da contaminação pelo vírus. Para casos moderados a graves, a vacina do Butantan se mostrou100% eficiente. Isso significa que pacientes vacinados que contraíram o vírus não tiveram sintomas graves da doença. O principal benefício é, portanto, a redução do número de óbitos e de pessoas internadas.
O Secretário de Saúde de Viçosa, Julio Cotta, disse que a atual administração seguirá as orientações do Ministério da Saúde, estabelecidas em dezembro no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19. As ações visam a distribuição democrática das vacinas em todos os municípios e, em Viçosa, segundo o Secretário, o suporte será dado também pela Superintendência Regional de Saúde de Ponte Nova.
A nota da Secretaria de Saúde reforça também que as equipes estão preparadas para seguir todos os protocolos e quem, em caso de qualquer deficiência de material ou insumos, não serão medidos esforços para que a vacina chegue a todos.
Longe do fim
O início da vacinação não significa o fim do vírus. As normas de prevenção e higiene ainda estarão vigentes e devem ser adotadas para que o contágio reduza com mais rapidez. O uso de máscara, limpeza constante das mãos e o distanciamento social serão medidas necessárias ao longo de 2021.
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