Exposição do Núcleo de Preservação Ferroviária homenageou UFV
No campus local da UFV está o único trecho urbano de ferrovia que se mantém intacto até hoje na zona urbana do município de Viçosa. Parte da antiga Estrada de Ferro Leopoldina, depois Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA), o trecho de linha que passa por Viçosa encontra-se, em toda a sua extensão urbana, invadido por obras irregulares e/ou soterrado para liberar espaço para o trânsito de veículos. No campus da UFV, de domínio federal, a linha férrea foi preservada. E esta foi uma das razões simbólicas da homenagem prestada pelo Núcleo de Preservação Ferroviária à instituição, que chega aos 90 anos de fundação. “Em 20 anos de privatização, a invasão do espaço ferroviário é alarmante. A UFV ainda dá o exemplo de conservação”, enfatiza um dos membros do NPF em Viçosa, Edivaldo Ferreira dos Santos, ferroviário pela RFFSA e prestador de serviços pela Vale, período de 1978 a 2004, atualmente residente em Viçosa.
A exposição, denominada “O tem na UFV”, foi realizada durante a 87ª Semana do Fazendeiro, promovida de 17 a 23 deste mês de julho no campus local. O objetivo da mostra foi apresentar à população local mais jovem e às centenas de visitantes que estiveram no campus durante o evento de extensão universitária, um pouco da história da Ferrovia em Viçosa, retratando também usos e costumes regionais das últimas décadas. Do acervo do NPF, foram expostas fotos, pinturas e a maquete de uma fazenda, com réplicas das principais peças de mobílias típicas das fazendas de Minas Gerais naquela época.
Peça que não podia faltar nessa ‘expô’ do NPF e que despertou a atenção dos mais jovens e comentários dos saudosistas foi a maquete de uma locomotiva, circulando em volta da Fazenda com 4 vagões e apitando
Para os viçosenses que viveram aquela época, também chamou a atenção um livro do “Feitor de Turmas” da EF Leopoldina, em Viçosa, Laurentino Vieira da Silva. No livro, com suas páginas numeradas em duas vias para cópia de carbono das ordens e ocorrências do dia-a-dia do trecho ferroviária sob sua fiscalização, Lauretino registra na página 39, denúncia feita ao prefeito de então, Moacyr Andrade (1963-67), em 07/07/1965: “Imo Sr. DD Prefeito Municipal: “Levo ao conhecimento de VS que nas valetas onde tem pouca escoação, está sendo depositada grande quantidade de lixo que está estagnando água a ponto de causar deficiência na linha (....)”, finalizando com um pedido de envio de uma equipe para retirar o lixo.
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