Agente de limpeza do Saae denuncia situação precária para funcionários

Em fala na Câmara, servidor que pegou chuva enquanto trabalhava apontou falhas em equipamentos de proteção individual

Agente de limpeza do Saae denuncia situação precária para funcionários

O servidor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Viçosa (Saae), Milton Silvino Martins, denunciou a precariedade da estrutura oferecida aos funcionários da autarquia para realizarem os serviços de limpeza urbana.

Ele viralizou na internet nesta semana, ao gravar um vídeo em que aparece trabalhando, debaixo de chuva, com uma capa amarela do tipo “morcego”. Nas imagens, ele diz que já estava molhado com apenas duas horas de serviço e reclama da falta de “materiais adequados para trabalhar”.

Milton esteve na Tribuna Livre, durante a reunião da Câmara da última terça-feira, 26, e se pronunciou sobre o vídeo. Segundo ele, a capa oferecida pelo Saae não atende às necessidades: “capuz não prende, a capa vai até o joelho. Protege só o peito, mas o resto fica molhado”, afirmou.

Desde 2013, segundo o servidor, foram prometidos dois uniformes a cada seis meses para os agentes de limpeza, algo que não aconteceu na prática. Além disso, ele reclamou da falta de banheiros para a equipe na sede e a da ausência do profissional técnico em segurança do trabalho.

Sobre o atual diretor da autarquia, Marcos Nunes, o servidor disse que o nome dele foi comemorado pelos servidores à época da nomeação para o cargo. “Mas, até hoje, infelizmente, nada foi feito. Ele entrou cortando horas extras e ponto facultativo”, alegou o servidor. A alegação da direção do Saae para não atender todas as demandas dos servidores seria a falta de recursos.

O QUE DIZ O SAAE

O diretor-presidente do Saae, Marcos Nunes, participou de uma reunião na tarde de quarta-feira, na Câmara, para discutir as medidas que podem ser adotadas para corrigir os problemas apontados na fala do servidor da autarquia. O Saae manifesta seu profundo respeito por todos os servidores e diz que acolhe as demandas e avalia o que pode ser feito pra melhorar. Reconhece ainda que trata-se de um grupo que trabalha bastante e desempenha um papel fundamental para o município.

Sobre a falta de EPIs, Marcos disse que o Saae fornece capas de chuva adequadas que garantem a mobilidade dos funcionários durante a atividade. O modelo, inclusive, teria sido trocado para atender às reivindicações dos próprios agentes. Em relação ao local insalubre e falta de banheiro, a resposta é de que as melhorias já estão em pauta para serem providenciadas, assim como o projeto para retomar o cargo de técnico de segurança do trabalho, extinto na administração passada.

Ainda segundo Marcos, o corte de horas extras, apontado pelo servidor, foi, na verdade, uma readequação a pedido da Controladoria-Geral do município, que, após realização de auditoria interna, detectou que o Saae estava pagando por horas extras praticadas de forma indevida.