Polícia Civil prende em Ervália acusado de participar de morte de turista baiana no Rio de Janeiro

Polícia Civil prende em Ervália acusado de participar de morte de turista baiana no Rio de Janeiro
Reprodução

A Polícia Civil conseguiu prender na localidade de Dom Viçoso, em Ervália, um dos homens acusados de envolvimento no assassinato de uma turista que entrou por engano em uma favela da Zona Oeste do Rio.

A ação ocorreu na manhã de hoje, sexta-feira (31), quando José Paixão Agostinho Filho (Meio Quilo), 22, foi preso. Os detalhes da operação não haviam sido divulgados até o fechamento desta matéria, às 9h30.

O CRIME

Dois dos homens estariam presentes no momento dos tiros e outros dois teriam estabelecido as regras para abordagem de veículos naquela comunidade. Dois dos acusados são conhecidos por Paraíba e Meio Kilo e estariam presentes quando a turista foi baleada.

A Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro identificou os quatro suspeitos de participar da morte de Diely Silva, turista baiana que entrou por engano na Comunidade do Fontela, em Vargem Pequena, na Zona Oeste do Rio, no fim de dezembro.

Um adolescente de 16 anos apontado como um dos autores dos disparos já tinha sido detido, no dia 3 de janeiro, na mesma favela onde ocorreu o crime. 

Durante a investigação, a polícia descobriu que traficantes do Comando Vermelho que exploram a Fontela obrigaram os motoristas a abaixar os vidros dos seus veículos, a acender a luz interna e a ligar o pisca-alerta para circular pela favela. O objetivo é se proteger de investidas de facções rivais.

No dia do crime, o motorista do veículo em que Diely estava, que não conhecia bem a região, tentou acessar a avenida Benvindo de Novaes pela Fontela e não seguiu a determinação do tráfico.

O adolescente infrator, um dos responsáveis pela segurança da comunidade, ao perceber a aproximação do automóvel com vidros fechados e sem alerta acionado, efetuou disparos contra o veículo, acertando o pescoço da turista e as costas do motorista.

Após a ação criminosa, o adolescente fugiu para o Complexo da Penha, onde foi acolhido pela liderança da facção.

Segundo a polícia, Antônio Styff Robert Santana Teixeira, conhecido como Paraíba; José Paixão Agostinho Filho, o Meio Quilo, estavam com o adolescente, autor do crime, em um ponto de venda de drogas, quando o carro das vítimas se aproximou;

De acordo com as investigações, a dupla contribuiu "igualmente para impedir a passagem e alvejar o veículo" onde estava a turista.

A polícia também identificou como envolvidos Edgard Alves de Andrade, o Doca, e Carlos Costa Neves, o Gardenal. Segundo as investigações, apesar de estarem escondidos no complexo da Penha por ocupar cargos hierárquicos na facção Comando Vermelho, foram os dois que estabeleceram a norma para tráfego na comunidade e suas consequências. Essas normas teriam sido criadas para impedir invasões de facções rivais.

Doca e Gardenal reúnem 262 anotações criminais, 26 mandados de prisão e 48 anotações e sete mandados de prisão, respectivamente.