Câmara quer melhorar serviço de emissão de Carteira de Identidade em Viçosa

Câmara quer melhorar serviço de emissão de Carteira de Identidade em Viçosa

Os viçosenses estão com dificuldade para conseguir tirar a carteira de identidade e se o pedido for para a segunda via do documento o martírio é ainda maior.
O Setor de Identificação que funciona em uma sala do Posto de Perícia Integrada (PPI), nos fundos da Delegacia de Viçosa, que emite o documento, está fornecendo apenas 15 senhas para o atendimento e há casos de pessoas que precisam chegar ao local - que é de difícil acesso, mal iluminado, sem oferecer conforto algum a quem o procura - de madrugada para conseguir ser atendido por volta das 9 horas. Com isso, muita gente volta para casa sem atendimento.

Câmara
A situação caótica foi repercutida na reunião desta semana, na Câmara Municipal, quando o líder comunitário Geraldo de Castro Souza usou a tribuna para reclamar e pedir ajuda para a solução do problema.
Ele disse que chegou ao Setor às 2 horas da madrugada e esperou pelo atendente que chegou ao trabalho às 9 horas e sem muito explicar foi logo dizendo que naquele dia não haveria atendimento. A situação constrangeu as pessoas que deixaram suas casas muito cedo e como “prêmio” receberam um tratamento desleixado dos funcionários que deveriam primar pela boa qualidade na prestação do serviço, pois recebem para fazer isso.
Uma funcionária pública, que acompanhava a reunião, disse à reportagem do Folha da Mata que procurou o Setor duas vezes para pedir a segunda via da carteira de identidade do seu filho, mas não conseguiu ser atendida. "Sexta-feira cheguei às 6 horas e fiquei até por volta das 9 horas e não consegui nada. As senhas já tinham acabado. Distribuíram somente 15 senhas", disse angustiada.
Nesta segunda-feira, 20, a funcionária chegou mais cedo, às 4h30, e mesmo assim, não conseguiu atendimento. "Quando cheguei tinha umas 30 pessoas na minha frente e como seriam somente 15 senhas, fui embora de novo sem resolver o meu problema”.

Meio Kilo
Em resposta aos questionamentos de Geraldo Castro, o presidente da Câmara Municipal, Carlitos Alves dos Santos – Meio Kilo (PSDB), disse que a situação deverá ser normalizada muito em breve.
Segundo ele, a intenção é implantar um sistema de atendimento ao público para a emissão de Carteiras de Identidade na Câmara Municipal.
De acordo com Meio Kilo, está sendo feito um acordo com a Polícia Civil com o objetivo de unir esforços para a confecção de carteiras de identidade, visando agilizar a prestação de serviços de identificação civil em Viçosa através de sistema informatizado.
O serviço, que hoje é prestado por um servidor cedido pela Prefeitura, passará a ser feito na sede da Câmara Municipal em data ainda a ser anunciada, pois depende de treinamento de pessoal. Deverão ser designados até três servidores para trabalharem no setor. Os servidores designados deverão se afastar do exercício de suas atividades profissionais rotineiras por até 60 dias, período necessário à realização de Curso de Identificação, em Belo Horizonte. A designação será concedida a servidores que sejam titulares de cargos efetivos da Câmara Municipal de Viçosa.

CAC
O Centro de Atenção ao Cidadão (CAC) funcionou em Viçosa por muitos anos e atendia a comunidade nas emissões de primeiras e segundas vias das Carteiras de Identidade. Ele teve as suas atividades encerradas em 2015, por decisão da então presidente da Câmara Municipal, Marilange Santana Pinto Coelho Ferreira. Naquela época, o serviço já não estava sendo executado de forma eficiente e a população se queixava do limitado número de documentos emitidos, diariamente. Quando do fechamento, alegou-se a falta de orçamento financeiro para manter o CAC, que de acordo com Marilange, demandava uma despesa anual de 300 mil reais. Foi dada também a desculpa de que os serviços prestados em parceria com a Polícia Civil – entre eles os de confecção de carteiras de identidade – retornassem para a Delegacia a pedido do delegado, José Donizete Teixeira.
Marilange chegou a prometer a viabilidade da instalação em Viçosa de uma Unidade de Atendimento Integrado (UAI).
Também à época houve muitos protestos contra o fechamento do CAC, com várias pessoas usando a tribuna da Câmara para protestar contra a decisão, segundo eles, impensada, da então presidente.