Pesquisa da UFV estuda impactos das mudanças climáticas no semiárido brasileiro
Tese de doutorado pode orientar políticas públicas para minimizar o problema ambiental e humanitário
Uma pesquisa desenvolvida na UFV aponta que as recentes mudanças climáticas podem fazer com que regiões do semiárido brasileiro fiquem ainda mais secas, quentes e desertificadas.
A tese foi defendida pelo pesquisador Guilherme de Castro Oliveira e faz parte do conjunto de pesquisadores e estudos vinculados ao Departamento de Solos da Universidade que já acumula experiências em pesquisas que consideram os solos tropicais nos modelos de predição dos impactos das mudanças climáticas nos ecossistemas. Os resultados foram publicados em um artigo em prestigiada revista científica
Guilherme Oliveira explica que as predições do que deve acontecer ao clima do planeta nos próximos anos são feitas através de modelos matemáticos e estatísticos complexos. Eles conseguem representar cenários futuros de acordo com a adoção ou não de medidas de mitigação de emissão de gases do efeito estufa. A partir do comportamento do clima, os pesquisadores empregam técnicas de inteligência artificial para prever a distribuição da vegetação ao longo dos próximos anos ou décadas.
A equipe do DPS tem dado importantes contribuições ao considerar as características que são próprias aos solos tropicais. “Com modelos ecologicamente mais robustos, podemos ter previsões mais realistas dos impactos das mudanças climáticas, tanto para a sociedade, quanto para a biodiversidade regional.”, disse Guilherme.
A conclusão é que os eventos extremos, uma característica das mudanças climáticas, devem agravar as condições da região. Com as mudanças no clima, estas áreas serão reduzidas, afetando, definitivamente, a biodiversidade dos biomas. “É um indicador preocupante para atividades como a agricultura, pecuária e o saneamento básico, aumentando ainda mais as dificuldades históricas da região”, afirmou o pesquisador.
A região geopolítica do semiárido compreende o norte de Minas Gerais e os estados do Nordeste, exceto o Maranhão. Além da Caatinga, mais de 40% do semiárido suporta os biomas Cerrado e Mata Atlântica e abriga cerca de 28 milhões de pessoas. A região é reconhecidamente seca, pobre, e com tradição de grandes fluxos migratórios.
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