Coqueiros do Balaústre ameaçam desabar

Coqueiros do Balaústre ameaçam desabar

Os coqueiros plantados ao longo da avenida Bueno Brandão, na região conhecida como Balaústre, no centro de Viçosa, estão gerando preocupação aos usuários da via. Além dos frutos que caem na calçada e na lataria dos veículos estacionados no local, problemas no tronco, raiz e cerne das plantas já motivaram uma solicitação para a troca de todas as plantas pela Prefeitura de Viçosa.
A região conta com 69 coqueiros que, segundo o professor do Departamento de Fitopatologia da UFV (Universidade Federal de Viçosa) e Ph.D. em patologia florestal, Acelino Alfenas, são da espécie botânica Syagrus cearenses, conhecida como coco-babão.
De acordo com o secretário municipal de Agropecuária e Desenvolvimento Rural, Marcos Fialho, os coqueiros foram plantados no local há aproximadamente 35 anos. Marcos ressalta que não se pode ter exatidão das idades das plantas, uma vez que quando foram doadas por um produtor rural já possuíam certo desenvolvimento.
A reportagem do Folha da Mata esteve na avenida na manhã da última terça-feira, 4, e registrou em algumas plantas trincas pelo tronco, fissuras, raízes expostas e estreitamento na base do tronco.
De acordo com o Marcos, os problemas já são de conhecimento da Secretaria Municipal de Agropecuária e Desenvolvimento Rural pelo menos desde julho deste ano, quando uma solicitação para remoção e troca das plantas foi enviada ao Conselho Municipal de Cultura e do Patrimônio Cultural e Ambiental de Viçosa, já que a região compõe o patrimônio histórico tombado do município.
“Precisamos da autorização do Conselho para fazer a troca das palmeiras, mas por diversas razões o assunto ainda não entrou na pauta das reuniões, que acontecem uma vez por mês”, explicou o secretário.
Para o professor da UFV, o maior problema relacionado a essas plantas é a falta de espaço para seu desenvolvimento. “Se olhar com cuidado, é possível ver que tem calçamento junto do tronco. A raiz às vezes está tentando até crescer para cima, para fora, saindo. Isso é estresse da planta”, explica.

RISCO DE QUEDA
Marcos esclarece que uma análise realizada em julho pela Defesa Civil e Diretoria de Meio Ambiente do Iplam (Instituto de Planejamento e Meio Ambiente do Município) não comprovou o real risco de queda das plantas. “Elas têm apresentado falhas no caule e podem vir a ter quedas. Foi averiguado também que têm avarias, mas não estão comprometidas a esse ponto. É difícil falar de risco, pois às vezes a árvore está com boas condições externas, com boa saúde, mas no interior está comprometida”. O secretário lembrou-se de uma árvore que caiu na Praça do Rosário em dezembro de 2016, após um temporal com ventos fortes e que, segundo ele, não apresentava indícios de risco de queda.