Zé do pedal recomeça Cruzada pela Acessibilidade
José Geraldo de Souza Castro, o Zé do Pedal (aventureiro, ambientalista, ciclista, fotógrafo e humanista) (foto) recomeça na próxima segunda-feira, 5 de janeiro, a partir de Salvador (BA) o projeto “Cruzada pela Acessibilidade”, em que se propõe caminhar empurrando uma cadeira de roda por cinco mil quilômetros, entre os pontos mais extremos do país, desde o Monte Caburaí, Roraima, até o Chuí, no Rio Grande do Sul.
A andança do aventureiro teve início no último dia 10 de fevereiro e teve uma pausa em 25 de setembro para resolver problemas particulares em Viçosa. Na próxima sexta-feira, 1º de janeiro, ele viaja para a capital baiana para cumprir o restante do trajeto. A meta é chegar ao Chuí em 27 de junho próximo.
Durante o percurso, Zé prega mais consciência em respeito ao próximo, cujos movimentos, provisórios ou definitivamente, o impossibilitem de andar. Ele sabe que o sacrifício de cobrir a distância entre os extremos do País, para os chamados “perfeitos”, é muito menor do que o percurso entre dois quarteirões de muitas cidades, para quem depende de uma cadeira de rodas ou de muletas para se locomover.
Zé disse que o projeto “Cruzada pela Acessibilidade” teve sua semente lançada em junho de 2008, quando fez uma viagem em um kart a pedal de Paris a Johanesburgo. Na passagem pela cidade de León, no caminho francês da rota de peregrinação de Santiago de Compostela, em um dado momento, ouviu uma voz feminina dizendo “no puedo” (não posso). Olhou e viu uma jovem em uma cadeira de rodas tentando subir uma rampa que possuía um pequeno degrau.
Com a ajuda de outras pessoas a jovem conseguiu seu intento, mas a privação da liberdade, aliada à dependência da boa vontade alheia, tocou o coração do aventureiro: “As barreiras naturais são obstáculos para todos. Porém, as arquitetônicas, instaladas em concretos nas calçadas, edificações e ruas de cidades são obras do homem. Se o homem consegue interferir nas obras de Deus, porque não interferir nas “fabricadas por ele”, o homem?”, concluiu o humanista.
Monte Caburaí
Segundo o site http://www.portalamazonia.com.br/secao/amazoniadeaz, uma expedição realizada em Roraima nos dias 03 a 6 de setembro de 1998 comprovou que o Monte Caburaí ( município de Uiramutã em Roraima) e não o rio Oiapoque (no Amapá) é o verdadeiro Extremo Norte do Brasil.
Os expedicionários roraimenses comprovaram que o Monte Caburaí, se considerada uma linha reta, geograficamente está localizado acima do rio Oiapoque nada menos que 84,5 km.
Depois da expedição, o Ministério da Educação (MEC) foi obrigado a fazer a modificação nos livros didáticos de Geografia, que anteriormente tinham o rio Oiapoque (no Amapá) como o ponto mais setentrional do País. Agora, não se diz mais: "do Oiapoque ao Chuí", mas sim: "do Caburaí ao Chuí".
O Monte Caburaí com 1.465m de altitude faz fronteira com a República Cooperativista da Guiana. Na verdade, o "monte" Caburaí é a borda de um imenso planalto, com mais de mil metros de altitude média, que se estende ao longo da fronteira, com 5º 16' 20" norte, sendo o ponto mais setentrional do Brasil, 84, 5 Km mais ao norte que o Cabo Orange, no Amapá, cuja latitude é 4º 30' 30" norte.
No Caburaí nasce o rio Uailã, com suas corredeiras e cachoeiras, destacando-se a majestosa queda de quase 100 metros da cachoeira de Garã-Garã.
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