UFV discute educação com representantes do MEC e da Secretaria de Minas

UFV discute educação com representantes do MEC e da Secretaria de Minas

A Universidade Federal de Viçosa realizou, na quinta-feira passada, 15, um seminário para discutir o papel da instituição no Plano Nacional de Educação (PNE), que determina metas para a política educacional do Brasil para os próximos dez anos.
O seminário teve a participação de representantes do Ministério da Educação (MEC) e da Secretaria Estadual de Educação e de um público diverso, que lotou o auditório do Departamento de Engenharia Florestal.
O evento, que também pôde ser acompanhado pela internet, contou com quatro palestras, uma delas proferida pelo secretário executivo do MEC, Luiz Cláudio Costa. Segundo ele, as metas do PNE são quantitativas e qualitativas e referentes a todos os níveis de educação. Elas tratam desde a garantia do direito à educação básica, passando pela redução das desigualdades e pela valorização da diversidade e dos profissionais da educação, até o ensino superior.
O secretário executivo destacou que o PNE foi aprovado pelo Congresso Nacional em 2014, por unanimidade, depois de ter sido amplamente discutido em conferências federais, estaduais e municipais. O Plano “aponta o Brasil que queremos ter no futuro: mais justo, com direitos e oportunidades para todos”, disse.
Luiz Cláudio Costa também afirmou que o momento de restrições, principalmente orçamentárias, não prejudicará a educação. Para ele, a iniciativa pode ter “altos e baixos”, mas as metas continuarão e o desafio do governo será o mesmo. “Não há mudança de rumo. Se tiver que atrasar um pouco determinada ação, você acelera nos anos seguintes”.

Palestras
O secretário de Educação Básica, Manuel Palácios da Cunha e Melo, falou sobre as perspectivas da educação infantil e dos ensinos fundamental e médio a partir de grandes temas. O primeiro foi o acesso à educação básica, que, em sua avaliação, só pode ser garantido com escolas próximas às casas dos alunos, com transporte adequado até elas e com instalações apropriadas para deficientes. Segundo ele, esses aspectos estão contemplados no PNE e muitas ações já estão sendo realizadas. A meta da educação infantil, como exemplificou, é colocar todas as crianças de 4 a 5 anos na escola, o que, entre 2003 e 2013, passou de 60% para 80%. Os outros grandes temas foram referentes à qualidade da oferta da educação básica.
Com base no senso realizado entre 2003 e 2013, o secretário de Educação Superior do MEC, Jesualdo Pereira Farias (segunda foto à esq.), mostrou que o Brasil obteve crescimento significativo nos números das universidades e institutos federais. Essa expansão significou, por exemplo, um aumento de 80% de matrículas realizadas. Porém, esse crescimento, conforme o secretário, ainda não atende à demanda. Por isso, o governo vem adotando medidas para as quais o PNE será muito importante.
Outra palestrante do evento foi a subsecretária de Informações e Tecnologias Educacionais da Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais, Júnia Sales Pereira. Ela, que representou a secretária Macaé Maria Evaristo dos Santos, destacou alguns desafios para o estado dentro do PNE. A efetivação dos docentes da rede estadual é um deles. Segundo a subsecretária, apenas cerca de 30% dos professores de Minas Gerais estão efetivados. A adequação entre formação docente e atuação dos professores em áreas específicas é outro desafio apontado por Júnia Pereira, seguido da oferta de educação integral para jovens no ensino médio, com ênfase em cidadania, formação para o trabalho e inclusão.
Vale destacar que as palestras foram antecedidas por um protesto do movimento estudantil contra os cortes orçamentários referentes à educação.

Avaliação
De acordo com a reitora Nilda de Fátima Ferreira Soares, “a parcela de contribuição das universidades para o PNE não será pequena”. A UFV, por exemplo, “terá a responsabilidade de praticamente duplicar seu número de estudantes, aumentar significativamente o número de pós-graduandos e colaborar ainda mais na formação de professores, dentre outros aspectos".
A reitora avaliou o evento positivamente e destacou o fato de ele ter sido assistido por mais de 400 pessoas presencialmente e cerca de 500 pela internet. “Agora, queremos levar essa discussão para os campi Florestal e Rio Paranaíba e mostrar para o MEC de que maneira podemos contribuir”.
Sobre a iniciativa da UFV em promover o seminário, Luiz Cláudio Costa elogiou: “foi fundamental”. Ele disse que, depois de refletir, é preciso agir e, para isso, o PNE conta com a cooperação federativa e da sociedade.
As palestras foram seguidas por uma mesa de debate, que envolveu todo o público. O evento também foi acompanhado por representantes da administração superior da UFV, da prefeitura de Viçosa e de outros órgãos, como a Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (Conaes).