PMV faz balanço dos estragos causados pelas chuvas

PMV faz balanço dos estragos causados pelas chuvas

Após as intensas chuvas dos últimos dois dias e as inundações registradas, principalmente no centro de Viçosa, na segunda-feira, 23, a Prefeitura realizou uma entrevista à imprensa, na tarde de terça-feira, 24, para falar sobre os danos causados pelo temporal. A coletiva, aconteceu no Colégio de Viçosa e contou com a participação do secretário de governo Luciano Piovesan e do secretário de Obras Vicente Alvim, do coordenador do Departamento de Defesa Civil, Rodrigo Cardoso de Sousa e do engenheiro civil fiscal da Secretaria de Obras, Lucas Santana Lopes.

NÚMEROS
Viçosa conta, atualmente, com quatro pluviômetros instalados em diferentes pontos da cidade, para monitoramento das chuvas. Os dados revelados na entrevista dão conta de que só no centro da cidade, os aparelhos registraram um acumulado de cerca de 110 milímetros de chuvas, na segunda-feira, 23, sendo que a média histórica prevista para todo o mês de março é de 120 milímetros. Na madrugada desse dia, entre 5 e 6 horas da manhã, foram 64,8 milímetros de chuva. Em janeiro desse ano, foram registrados 90 milímetros de chuva. No mês de fevereiro, os dados mostram que choveu 75 milímetros e, até agora, em março, já foram 230 milímetros, número bem acima da média histórica desse mês.
Os outros três pluviômetros registraram números bem parecidos ao centro da cidade. No bairro de Fátima, foram 97,2 milímetros de chuva, no mesmo período de tempo. No distrito de São José do Triunfo, o volume de chuvas foi um pouco maior: em 24 horas, 113 milímetros. No Vale do Sol, a concentração de chuvas também foi grande: 102,2 milímetros.
O 5º Distrito do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) em Belo Horizonte registrou 50,2 milímetros de chuva em Viçosa entre esta segunda e terça-feira desta semana e, entre domingo e segunda-feira, choveu 120,4 milímetros.
O secretário de Governo disse que, apesar do volume de chuva elevado, as ocorrências não foram graves.
O coordenador de Defesa Civil informou que apenas uma família saiu de casa após as inundações desta segunda-feira. “Eles moram na região central, no ponto onde represou muita água. Esperaram a água baixar e saíram por conta própria, sem depender da nossa orientação”, comentou.

CAUSAS
Luciano Piovesan destacou que, além do grande volume de chuva em um curto período de tempo, a presença de lixo em cursos d’água agravou a situação. “Tivemos um problema específico na galeria de manilhas pela qual o Córrego da Conceição passa para desembocar no Ribeirão São Bartolomeu. A galeria ficou entupida por causa de acúmulo de lixo jogado pela população. Equipes da Secretaria de Obras trabalham desde segunda e já tiraram todo tipo possível de entulho, inclusive telas, pneus, sofás, capacetes e até um colchão de casal”, contou. O resultado disso foi a inundação na região central, perto da rua Francisco Machado e avenida Santa Rita que, segundo o secretário, causou danos em casas e veículos.
Outro grande problema apontado por Luciano é o desrespeito à distância mínima de 15 metros para construções nas margens de rios, córregos e canais. Um dos prédios mais afetados pelas inundações está a apenas 2,5 metros do córrego. “Em São José do Triunfo, que registrou um volume ainda maior que o centro, não houve problema algum. Isso porque lá, a calha do rio tem mais de 30 metros e há espaço suficiente para o rio encher, sair da sua calha normal e voltar ao seu leito normal. Aqui em Viçosa não há calha nenhuma. O que temos são construções dos dois lados do córrego e uma cidade cada dia mais impermeabilizada, resultado dos constantes calçamentos e asfaltamentos. Com isso, a água da chuva vai para o ribeirão com mais velocidade, em maior volume e menos espaço de tempo para fazer a impermeabilização, o que vai, naturalmente, causar enchentes. É a resposta da natureza às ações do homem”, finalizou o secretário de Governo.

CONSCIENTIZAÇÃO
Luciano Piovesan afirma que a manutenção e a limpeza adequadas dessas áreas são de responsabilidade da Prefeitura, mas ela, sozinha, não pode solucionar todo o problema, que é antigo e vem se agravando ao longo dos anos. Luciano faz um alerta e chama a atenção dos moradores, pedindo por mais cidadania e maior conscientização de todos. “O comportamento dos cidadãos também ajuda a prevenir enchentes em uma cidade e complementa as obrigações do poder público”, finalizou.