Pesquisadora da UFV será premiada pela Sociedade Americana de Ciência Animal
Thaís Correia Costa receberá o prêmio em julho, nos EUA
O trabalho de doutoramento da pesquisadora Thaís Correia Costa, do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia da Universidade Federal de Viçosa (UFV), receberá o Prêmio Jovem Acadêmico da Sociedade Americana de Ciência Animal (ASAS, sigla em inglês), considerada a premiação de maior prestígio para a categoria na comunidade mundial de ciência animal.
Pela primeira vez, um egresso de um programa de pós-graduação em Zootecnia do Brasil receberá a premiação destinada a estudantes de doutorado ou recém-doutores como forma de reconhecimento ao desempenho durante o doutoramento.
Thaís é zootecnista, formada pela Universidade Estadual Paulista (Unesp). No mestrado e no doutorado na UFV, ela foi orientada pelo professor Márcio Souza Duarte. Durante o doutorado, passou pelo Department of Animal Science da Washington State University e publicou 17 artigos científicos em periódicos de alta relevância na área de Zootecnia e Recursos Pesqueiros, entre eles a revista Animal Frontiers, da editora Oxford, que chegou a destacar um dos artigos em que a pesquisadora foi a primeira autora.
A pesquisa
Em sua pesquisa, Thaís avaliou como a nutrição materna de animais durante a gestação impacta a trajetória de desenvolvimento das crias. O objetivo do trabalho foi entender os mecanismos que regem o desenvolvimento intrauterino de um indivíduo e como são alterados mediante a alimentação materna na gestação.
De acordo com a pesquisadora, a tese demonstra que a restrição nutricional em diferentes períodos da gestação tem impactos distintos no metabolismo energético do tecido muscular do recém-nascido. “Evidenciamos que o tecido muscular da progênie oriunda de matrizes caprinas que sofrem restrição na primeira metade da gestação apresenta limitações em produção de energia, o que tem grande impacto na sobrevida dos recém-nascidos durante os primeiros dias de vida, bem como impacto na sua capacidade de crescimento muscular e sua eficiência produtiva", disse ela.
A partir de outro experimento, trabalhando com bovinos, a pesquisadora demonstrou que os bezerros nascidos de mães com dietas contendo níveis adequados de proteína durante a gestação apresentam maior deposição de tecido muscular, o que consequentemente impacta na quantidade de carne a ser produzida.
Segundo o professor Márcio, orientador das pesquisas, além da possibilidade de aplicação imediata na pecuária, os trabalhos envolveram metodologias que permitem avaliar os mecanismos que regem essas alterações com objetivo de permitir o desenvolvimento de novas tecnologias de produção. “Este tema tem ganhado cada vez mais espaço na área de alimentação e produção animal. Os resultados podem influenciar na tomada de decisões que impactam a eficiência do sistema produtivo como um todo”, explicou o professor.
Fonte: UFV
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