Pesquisa da UFV sobre parasitas em aranhas é reconhecida internacionalmente

Uma pesquisa do Programa de Pós-graduação em Ecologia (PPGE) da UFV foi reconhecida internacionalmente ao ser publicada na revista Biological Journal of the Linnean Society em janeiro deste ano. O estudo diz respeito à compreensão das interações entre parasitas e hospedeiros.

O estudo indica que Vespas caçadoras (família Pompilidae), vespas de Darwin (família Ichneumonidae), moscas parasitas (família Acroceridae) e fungos parasitas (gênero Gibellula) podem utilizar da aranha para realizar estruturas que protegem esses espécimes de modo a, também, servir de base para a fixação do cadáver da aranha na vegetação, o que é essencial para o desenvolvimento de fungos, por exemplo.

Os autores sugerem que esses grupos distintos de inimigos naturais podem ter desenvolvido mecanismos convergentes para induzir a construção de teias reforçadas, que são feitas em momentos de vulnerabilidade da aranha, assegurando maior proteção para os parasitas durante o desenvolvido da fase de pupa (vespas e moscas) ou da produção de esporos (fungos).

Eles explicam que as alterações no comportamento de organismos parasitados podem ocorrer de diferentes formas, desde um deslocamento do hospedeiro para locais onde ele normalmente não vai até a construção de estruturas complexas que podem aumentar a proteção dos parasitas manipuladores. Em geral, essas alterações resultam em algum tipo de benefício para os parasitas, como o aumento das suas chances de sobrevivência e de dispersão para novos hospedeiros. Tal fenômeno é conhecido como “manipulação comportamental”.

Orientado pelo professor Thiago Kloss, do Departamento de Biologia Geral,  o trabalho foi realizado pelo aluno Ítalo Mendes Delazari do (PPGE) da UFV,  a pós-doutoranda Thairine Mendes Pereira, do Departamento de Entomologia da UFV e o aluno Stephen Saltamachia, da University of Louisiana at Lafayette. 

Fonte: UFV