Pesca não será liberada nas represas e UFV aponta motivos
No último dia 11, o vereador Tistu pediu a UFV para que estudasse a possibilidade de liberar a pescaria dentro do campus
Interrompida desde 2017, a atividade de pescaria nas represas do campus da UFV também não vai acontecer neste ano. As justificativas estão em um ofício enviado pela reitoria da instituição ao vereador Rogério Fontes (Tistu) (sem partido), que recentemente solicitou à UFV que estudasse a possibilidade de liberar a pescaria dentro do campus.
O pedido do vereador foi enviado no dia 11 à reitoria da UFV. Segundo Tistu, o pedido advém de demandas dos cidadãos viçosenses, uma vez que a liberação da pescaria não ocorre há muito tempo. Ainda na justificativa da solicitação, o parlamentar argumentou que a pesca no campus se trata de uma tradição em Viçosa, que costumava ocorrer em períodos festivos.
Em resposta, o reitor da UFV, Demetrius David da Silva, enviou ofício ao vereador no dia 13. No documento, o reitor apresenta justificativas para a não liberação da atividade, que não acontece desde 2017.
A primeira questão pontuada pelo reitor foi a segurança. Segundo ele, o uso dos taludes das represas, em especial das 4 Pilastras e reitoria, por muitas pessoas e sem nenhum tipo de controle, causou, historicamente, danos à estabilidade de alguns trechos. “Este problema tem se agravado com as fortes chuvas na região e, sendo assim, são áreas que apresentam riscos de deslizamentos. O excesso de pessoas nestes locais próximos ao curso d’água e a dificuldade de prestação de socorro em caso de acidentes, seja por dificuldade de acesso ou mesmo poucos profissionais no quadro da UFV capacitados para tal, já seriam razões suficientes para a suspensão da prática da pesca nas lagoas”, ressaltou.
A UFV também lembra que, em 2022, foi identificada a presença de carrapatos em alguns locais usados como passagem das capivaras que habitam o campus, em especial, locais onde a presença delas já não é observada há alguns anos, como próximo à lagoa das 4 Pilastras, pontos geralmente usados pelos pescadores.
O reitor ainda considera que, durante os períodos de pesca, há geração elevada de resíduos ao longo de todas as áreas usadas para este fim, como próximo às represas, nos trajetos, calçadas, vias e gramados utilizados para chegada e saída das pessoas, havendo a necessidade de deslocamento e reprogramação dos serviços da Universidade para manutenção de condições adequadas de limpeza do campus.
A UFV disse que não dispõe de profissionais que possam atuar como apoio aos finais de semana e feriados, ficando inviável a coordenação deste tipo de evento. Destacou ainda que não tem registo de qualquer apoio neste sentido por parte da Administração Municipal.
CONTAMINAÇÃO EM 2019
Em 2019, o Folha da Mata noticiou que a UFV manteve a proibição da pesca nas lagoas da instituição pelo terceiro ano consecutivo. O motivo, na época, era a presença de florações de cianobactérias e eventuais liberações de cianotoxinas em níveis proibitivos nas águas. A medida visava evitar o consumo de peixes das lagoas sem que a UFV dispusesse de um estudo conclusivo sobre a qualidade dos mesmos.
A DAG (Divisão de Água e Esgoto) realiza o monitoramento periódico da qualidade de água das lagoas. Dessa forma, por medidas de precaução, desde abril de 2017 a instituição não tem autorizado a pesca nas lagoas da Reitoria e das Quatro Pilastras. Ainda naquele ano, a universidade ressaltou que, com relação ao risco à saúde, o limite de cianotoxinas especificado na Portaria MS (Ministério da Saúde) nº 2914/2011 se refere a efeitos crônicos à saúde, ou seja, efeitos ao longo prazo decorrentes da exposição continuada ao consumo de água ou de peixes contaminados.
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