Para sindicatos, volta às aulas só depois de vacinação

Governo de Minas baseia vacinação em documento com 32 grupos prioritários; trabalhadores da educação estão em 24º

Para sindicatos, volta às aulas só depois de vacinação

As discussões sobre o retorno das atividades escolares em Viçosa estão acompanhadas dos questionamentos sobre quando os trabalhadores da educação serão imunizados contra a Covid-19. O Sindicatos dos Professores de Minas Gerais (Sinpro) e o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (SindUTE), fizeram uma reunião conjunta com representantes do Executivo Municipal para tratar da imunização de profissionais da educação.

A intenção dos sindicatos é viabilizar a vacinação dos profissionais da educação, após a vacinação dos profissionais da saúde, idosos e pessoas com comorbidades para viabilizar o retorno às atividades escolares. “Entendemos que o retorno normal das atividades se dará somente após a vacinação de trabalhadores de educação e com adoção de protocolos rígidos para que os estudantes que quiserem voltar para a sala de aula possam se sentir seguros”, afirma o Diretor do Sinpro em Viçosa, Professor Idelmino.

A Coordenadora Geral do SIndUTE Viçosa, Rosa Reis, compartilha do mesmo ponto de vista e classifica a atividade da educação como de “risco muito alto” para infecção pela Covid-19: “é um perigo à vida de alunos, pais, trabalhadores em educação e de toda a sociedade, motivo pelo qual não há como cogitar o retorno das aulas presenciais sem a segurança necessária que somente poderá ser alcançada pelo controle da doença”, afirma.

O encontro aconteceu na última semana e contou com a presença, além dos já citados, da Diretora do SindUTE Viçosa, Rosângela Souza; o Secretário de Administração, Luan Campos Monteiro; a secretária de Educação, Marly Franco, o secretário de Saúde, Dr. Júlio César Cotta; e o procurador geral do Município, Adriano de Castro. Na ocasião, foi protocolada a solicitação de prioridade na vacinação.

AUXÍLIO PARA AULAS REMOTAS

Outro ponto abordado durante a reunião é o pedido para que servidores da rede municipal recebam um auxílio de trabalho remoto, para garantir que os professores tenham condições de oferecer conteúdos de qualidade mesmo à distância. O dinheiro seria utilizado para pagamento de parte do valor da internet e energia.

O SindUTE argumenta que o valor pode ser convertido do vale transporte, que não está sendo pago em função da pandemia, além do fato de que, até o momento, o município não forneceu nenhum equipamento aos profissionais da educação par auxiliar nas aulas remotas. A Prefeitura ficou de fazer um estudo de viabilidade financeira da proposta.

PAIS COBRAM RETORNO

Pela internet, circula um manifesto atribuído a pais e mães que querem o retorno imediato das atividades escolares em Viçosa. No texto público – sem definição de autoria – pede-se que a educação seja considerada atividade essencial, “uma vez que priorizar o bem estar físico e psíquico das crianças e adolescentes é dever do Estado, da família e da sociedade, garantido pela Constituição Federal e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente”.

O texto considera ainda que, ao longo do último ano, foram feitos diversos avanços no que se refere ao tratamento da doença e de que estudos médicos que comprovariam o fato de que crianças e adolescentes tem menos risco de infecção. Entretanto, tais informações não são acompanhadas das fontes oficiais de comprovação.

O manifesto deixa claro que o retorno deve ser feito mediante adaptação das escolas às normas de higiene e prevenção, para evitar o contágio. E diz que caberia às famílias decidir se levam ou não os filhos à escola.

LISTA DE PRIORIDADES EM MINAS

A vacinação em Minas Gerais segue as diretrizes do Plano Nacional de Imunização (PNI), criado pelo Governo Federal para padronizar a distribuição das doses do imunizante. A Secretaria Estadual de Saúde (SES-MG), por meio da deliberação nº 3.314, de 29 de janeiro de 2021, estabelece a lista de prioridades para a vacinação em Minas Gerais.

São 32 grupos, definidos por ordem prioritária. No topo estão idosos e pessoas com deficiência residentes em instituições de longa permanência, população indígena residente aldeada e trabalhadores de hospitais privados e públicos. Idosos com mais de 80 anos aparecem no item 12 da lista.

Trabalhadores da educação estão em 24º na lista de prioridades do Governo de Minas Gerais, atrás de povos e comunidades quilombolas, pessoas em situação de rua, privadas de liberdade e funcionários do sistema carcerário. Outras categorias de trabalhadores, incluindo forças armadas e indústria, aparecem na sequência, até finalizar a lista. A deliberação completa está disponível no site do Folha da Mata.

Atualmente, a rede municipal de ensino conta com 711 trabalhadores, segundo o SindUTE. O Portal da Transparência não permite acesso a dados como faixa etária dos servidores, para checar se pertencem a outros grupos prioritários para a vacinação.