Morte do jovem Gabriel

Protesto na Praça contra prisões no Fundão

Morte do jovem Gabriel

Familiares e amigos das sete pessoas presas pela Polícia Civil no Distrito de São José do Triunfo protestaram contra a prisão em movimento pacifico na Praça do Rosário, centro de Viçosa, na manhã de sábado, 23.
Aridalto Aparecido Lucas, Ernécio Júnior Bhering, Gilberto Carlos da Silva Soares, João Paulo Gonçalves de Paula, Júlio Adão de Campos, Marcus Vinícius Gonçalves de Paula e Paulo Roberto de Oliveira Miranda permanecem presos em cumprimento de mandados de prisão preventiva de 30 dias, na Operação Arcanjo, que investiga o assassinato do jovem pontenovense Gabriel Oliveira Maciel, 17, morto no dia 6 de março de 2015. Mandados de busca e apreensão também foram cumpridos.
No início da tarde de sábado, 23, vários moradores do Distrito de São José do Triunfo se reuniram na Praça do Rosário, com faixas e cartazes de repúdio à prisão que, segundo o movimento, foi arbitrária e injusta. Dali, pacificamente, os manifestantes em comboio se dirigiram ao distrito onde fizeram passeata. Os manifestantes inicialmente planejavam ir até o Presídio de Viçosa, mas por orientação de pessoas ligadas à Segurança Pública, desistiram da ideia por receio de patrocinar uma agitação entre os detentos.
Além das manifestações pela cidade, os familiares criaram também um grupo no WathsApp e no Facebook, onde dividem informações e organizam as ações.
Representantes do movimento informaram ao Folha da Mata que a grande maioria dos presos não possui qualquer tipo de passagem pela polícia, que são pessoas com residência em Viçosa e possuem emprego fixo, alguns sendo donos de empresa e outros são estudantes, e, por isso, a prisão causou espanto e revolta na população. O grupo também rechaçou a informação de que a ordem para a ação criminosa que culminou no incêndio e destruição de um ônibus urbano não partiu deles .
Advogados dos investigados enviaram cartas à redação do Folha da Mata onde expressam indignação com as prisões consideradas por eles “desmedidas e arbitrárias” e que segundo eles, “revelam completo desrespeito aos direitos e garantias fundamentais do cidadão, que devem ser observados desde o início da persecução penal, no curso do inquérito policial e que foram feitas sem o menor lastro probatório para tanto, em desrespeito ao princípio da presunção de inocência”. Todos os advogados informaram “já ter sido realizado o pedido de revogação dos encarceramentos carregados de ilegalidades, tendo em vista que este só pode ocorrer com o trânsito em julgado da sentença condenatória ou em casos de estrita necessidade, o que não ocorreu na lamentável situação”.

 

Matéria das prisões:

http://www.folhadamata.com.br/noticia-policia-civil-cumpre-mandados-de-prisao-em-vicosa-1750