Minas amplia UTI pediátrica e neonatal para período de doenças sazonais
O Hospital Sebastião, em Viçosa, conta com 6 novos leitos pediátricos desde janeiro
Com a chegada do outono, há um aumento considerável dos casos de doenças respiratórias infantis, muitas vezes graves. Como forma de aprimorar os atendimentos de emergência e intensivo prestado às crianças, o Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Saúde, fortaleceu a estrutura nas unidades e ampliou o número de leitos de UTIs pediátricas e neonatais.
Porém, alguns cuidados simples em casa podem ajudar os pais a reduzirem as ocorrências de doenças respiratórias infantis. Juliana Rajão, gerente médica da pediatria do Hospital Infantil João Paulo II, da rede Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), ressalta que o período mais frio propicia a maior incidência dos vírus, principalmente Influenza, Rinovírus, Adenovírus e, nas crianças bem pequenas, o Sincicial Respiratório (VSR), que é o grande causador da bronquiolite e que muitas vezes traz como consequência a gravidade do quadro da criança e a necessidade de internação.
Segundo a médica, que é mãe de um menino de sete anos e atua na área há mais de 14 anos, o período mais crítico vai até junho, início de julho, quando acontece, coincidentemente, as férias e, com isso, o afastamento entre as crianças e a diminuição dos quadros infecciosos.
Até lá, Juliana destaca algumas dicas importantes para que pais e mães possam ajudar a prevenir problemas de saúde dos filhos, tão comuns na época do frio. “O ideal é lavar bem o nariz das crianças, usar soro fisiológico para fazer a higienização nasal, pois as crianças têm mais dificuldade para expectoração e retirada de secreção. Lavar o nariz significa ajudar a criança a tirar essas secreções e não deixar acumular”, orienta.
Outro ponto é redobrar os cuidados com a hidratação, reforçando a oferta de água e suco natural, lavar frequentemente as mãos, evitar lugares fechados e procurar arejar os ambientes.
SINTOMAS
Os sintomas mais frequentes dos quadros respiratórios, conforme a especialista, são coriza, que é o nariz com mais secreção e catarro, tosse, espirros. Os maiores podem se queixar de dor de cabeça. Já as crianças menores costumam apresentar também vômito e diarreia.
“Vale lembrar que a gravidade está relacionada a uma dificuldade respiratória. É quando a criança apresenta uma respiração acelerada, mais dificuldade para respirar, que chega a marcar as costelas na hora de respirar. Então precisa de avaliação médica. Crianças fora de febre, mas que apresentam prostração excessiva e inapetência por vários dias também precisam de cuidados mais urgentes”, alerta.
Já a orientação em casos mais leves, como febre de até três dias não muito elevada, espirros, tosses sem esforço respiratório, as crianças podem ser assistidas na Unidade Básica de Saúde ou centros de saúde.
A pediatra destaca ainda a importância da caderneta de vacinação em dia, para maior proteção das crianças. “A vacina não protege contra ter as doenças, mas de ter as doenças de forma mais grave. Então, evita complicações e que os quadros evoluam para a gravidade”, afirma.
NOVOS LEITOS
Por meio do programa Valora Minas, de repasse de recursos para hospitais, a política de ampliação de leitos de UTI pediátricos e neonatais segue avançando no interior, de modo a descentralizar o acesso à terapia intensiva nas diversas regiões do Estado. Com relação aos leitos pediátricos, os hospitais São Sebastião, de Viçosa, e Bom Samaritano, de Governador Valadares, já contam com novas unidades para atendimento desde janeiro, no caso de Viçosa, e desde abril, em relação a Valadares.
Já o Hospital Municipal de Paracatu e o Hospital Regional do Sul de Minas estão na fase de aquisição de equipamentos. O valor aplicado em custeio pelo Estado é de R$ 500 mil mensais para beneficiar essas quatro instituições, com pagamentos iniciados após o funcionamento das unidades, e outros R$ 5,6 milhões perfazem o eixo do programa para aquisição de equipamentos.
No total, considerando os leitos já em funcionamento, há dez novas unidades em Governador Valadares e outras seis em Viçosa. Segundo dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), referentes a março de 2023, existem 236 leitos de UTI pediátrica no estado.
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