Mesmo com a instalação de interceptores, esgoto continua sendo despejado nos ribeirões
Desde 1992, quando foi elaborado o Plano Diretor de Viçosa, a Prefeitura e o Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) vêm se empenhando na construção da rede interceptora de esgotos no município, projeto que consiste na colocação de tubulações ao longo do curso d’água visando coletar os esgotos sanitários domésticos das ruas e avenidas, para direcioná-los até uma estação de tratamento. Em 1999, os técnicos da autarquia finalizaram a elaboração do projeto dos interceptores de esgoto no ribeirão São Bartolomeu. De lá para cá muito foi feito e o ribeirão ganhou os interceptores desde as Quatro Pilastras, na UFV, até ao bairro São José (Laranjal), perfazendo um total de cinco quilômetros de rede interceptora, restando pouco mais de 700 metros para chegar até ao local da construção da ETE da Barrinha. Nessa empreitada, o Saae já investiu cerca de R$ 5 milhões.
No Córrego da Conceição, desde a rua das Estrelas até a travessa Purdue, no centro, foram construídos 2,5 quilômetros de interceptores, com um investimentos de R$ 650 mil reais.
Já no Córrego das Coelhas, o investimento foi da ordem de R$100 mil reais na instalação de um quilômetro de interceptores de esgoto.
Os recursos para a construção da ETE Barrinha e a complementação dos interceptores do São Bartolomeu e do Córrego da Conceição estão aprovados no Programa de Aceleração do Crescimento – PAC2.
Mas, até que a ETE fique pronta – a obra está parada e sem previsão de ser retomada – os esgotos domésticos continuam sendo lançados nos cursos d’água. Essa postura contraria o Tribunal de Justiça de Minas Gerais que determinou, em agosto de 2014, que a partir do segundo semestre de 2016, a Prefeitura de Viçosa e o Saae não lançassem mais esgoto sem tratamento nos ribeirões São Bartolomeu, Santo Antônio e Conceição e no Rio Turvo Sujo, que cortam a cidade. À época, de acordo com laudo da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, depois de uma vistoria no sistema de tratamento de esgoto da cidade, apenas 2.000 dos cerca de 80 mil habitantes de Viçosa contavam com esse serviço e que 97% dos esgotos sanitários da cidade eram lançados sem qualquer tratamento nos cursos d’água do município.
No ribeirão da Conceição nenhuma das residências tem o seu esgotamento sanitário ligado nos interceptores, apesar de eles terem sido instalados há mais de cinco anos.
A situação do São Bartolomeu piora a partir do momento em que parte dos interceptores construídos, na altura dos bairros Cidade Nova e São José, está avariada, com os tubos arrancados pela força das águas de tempestades, em 2012. Mesmo assim, os moradores do entorno continuam a pagar a taxa de esgoto sem, contudo, terem o serviço prestado pelo Saae. A reclamação é geral e tem gente que está disposta a requerer seus direitos na justiça.
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