Interligação das ETAs minimiza efeitos da crise hídrica em Viçosa

70% das residências estão sendo abastecidas pela ETA II - Violeira, que capta água do Rio Turvo Sujo

Interligação das ETAs minimiza efeitos da crise hídrica em Viçosa

Não fosse a interligação das duas estações de tratamento do Pintinho e da Violeira (ETAs I e II), a crise hídrica que nos últimos dois anos vem atingindo a região, sujeitaria a população viçosense a cortes no fornecimento de água bem mais amplos que os atuais dois dias por semana atualmente em vigor.
De acordo com o Saae, em períodos de normalidade pluviométrica, o volume de água captada para tratamento e distribuição à população é de aproximadamente 16 milhões de litros, com vazões de 95 litros de água por segundo (l/s) na ETA II e 95 l/s na ETA I.
Em virtude da crise gerada pela estiagem prolongada, no final de 2015 foram iniciadas diversas alterações nos sistemas para aumentar a capacidade de tratamento na ETA II, gerada pela baixa na vazão do Ribeirão São Bartolomeu.
Entre as medidas tomadas, o Saae destaca, em 2015, o aumento da outorga de captação de água, de 100 l/s para 250 l/s na bacia do Rio Turvo Sujo. Além disso, informou ainda, está em execução uma obra que ampliará e modernizará todo o sistema existente de tratamento de água na ETA II, objetivando uma vazão de 220 l/s. No momento, de acordo com a autarquia, em torno de 15% do cronograma da obra estão concluídos, num projeto de investimento próprio da superior a R$ 1, 3 milhão,
Com o aumento da outorga e algumas soluções técnicas, o Saae já opera atualmente a ETA II com uma vazão 142 l/s, o que corresponde a aproximadamente 70 % da necessidade diária da população do município. Para realizar tais manobras, a autarquia investiu na interligação do anel de abastecimento de água potável dos sistemas ETA I e ETA II, obra executada com a instalação de tubos com diâmetro de 250 milímetros, numa extensão de 406 metros, que engloba as Ruas Mizael Lustosa, Juquinha Moreira e a Praça Ricardo Alves no bairro Silvestre, a obra foi concluída em março de 2016.
Além desses projetos, o Saae investiu na troca da subestação de energia elétrica da ETA I, possibilitando melhorias na distribuição de água para os bairros Santa Clara, Bom Jesus, Nova Viçosa, Fátima, Sagrada Família, São Sebastião e Betânia. Em maio de 2016, a autarquia realizou a troca de bombas nas “Estações Elevatórias” dos bairros João Braz, Campestre e Floresta, melhorando a distribuição de água nessas regiões.
Afora estas intervenções, a direção da autarquia acrescenta que outras obras estão sendo projetadas, agora, com a finalidade de aumentar a capacidade de armazenamento de água nos mananciais da cidade. Entre elas, duas barragens na bacia do São Bartolomeu, acima do campus da UFV, e outra, acima da captação da ETA II, na bacia do Turvo Sujo. Para essas obras, a autarquia está contando com o apoio técnico da Universidade Federal de Viçosa, para a elaboração dos projetos executivos e licenciamento ambiental.
Ao lado dessas obras de resposta rápida à crise, o Saae acentua que vem investindo em projetos de resultado de longo prazo para aumentar a capacidade produção de água na bacia do São Bartolomeu. Como exemplo, cita o projeto de recuperação de nascentes, em execução com parceria de agricultores e Agência Nacional das Águas (ANA), na bacia do São Bartolomeu, com investimentos em construções de pequenas barragens, reflorestamento das cabeceiras, matas ciliares, e mais recente, a elaboração dos estudos em parceria Saae/Departamento de Engenharia Florestal da UFV, para criação da Área de Proteção Ambiental (APA), da bacia do São Bartolomeu.

APOIO FUNDAMENTAL DA POPULAÇÃO
A autarquia enfatiza que mesmo com as manobras técnicas, obras e interrupções escalonadas que vem garantindo o abastecimento de água para toda a população, a conscientização sobre o uso racional de água é medida fundamental para evitar o colapso no abastecimento, prejudicado nos últimos anos pela estiagem prolongada na região.
“Por isso, o racionamento no abastecimento de água iniciado em outubro de 2014, conforme o decreto nº 4.760/2014, dentre outras medidas preventivas implantadas pela autarquia, continua vigente no município visando manter água tratada disponível para os moradores”, finaliza a direção da autarquia.