Infestação de caramujos africanos preocupa a população viçosense

Infestação de caramujos africanos preocupa a população viçosense

A presença indesejável de caramujos africanos, registrada em vários bairros de Viçosa, tem chamado a atenção das pessoas que, regularmente, buscam informações sobre o episódio, mais comum nessa época do ano.
A coordenadora do Setor de Vigilância Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde, Lílian Souza, ressalta que o problema é preocupante, mas que o controle da praga só poderá ser efetivado pela ação da própria população. Ela lembra que as áreas mais atingidas são os quintais que dão fundos para ribeirão e outros cursos de águas, por oferecerem ambiente propício para o desenvolvimento do bicho. Por isso, as pessoas que moram nesses locais devem manter os terrenos limpo e, ao mesmo tempo, denunciar proprietários vizinhos que não cuidam da limpeza de suas áreas.
As denúncias desses lotes sujos devem ser feitas ao Setor de Vigilância Ambiental (telefone 3892.6430) para as devidas providências.
Em diversos bairros de Viçosa há registros da presença do caramujo africano, entre eles o Santa Clara, Vale do Sol, Fátima, Bom Jesus, Santo Antônio e Nova Viçosa.
Sobre a proliferação, a pesquisadora do Laboratório de Malacologia do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Silvana Thiengo, relata que nos ambientes urbanos as populações desses moluscos são muito densas, invadem e destroem hortas e jardins: “um único exemplar pode colocar em média 200 ovos por postura e se reproduzir mais de uma vez por ano”, informa a pesquisadora.
A principal providência a ser tomada é o controle pela catação. O uso de pesticidas não é recomendado em função da alta toxicidade dessas substâncias. A melhor opção é a catação manual com as mãos protegidas com luvas ou sacos plásticos. Este procedimento pode ser realizado nas primeiras horas da manhã ou à noitinha, horários em que os caramujos estão mais ativos e é possível coletar a maior quantidade de exemplares. Durante o dia, eles se escondem para se proteger do sol.
A pesquisadora recomenda que, após a catação, os moluscos devem ser esmagados, cobertos com cal virgem e enterrados. Outra opção é jogar água fervente no recipiente para matar os caramujos recolhidos ou incinerar, desde que estes procedimentos sejam realizados com segurança. Após isso, o material pode ser ensacado e descartado em lixo comum, mas é preciso quebrar as conchas para que elas não acumulem água e se transformem em focos de mosquitos, como o Aedes aegypti, vetor do vírus do dengue.
Além disso, deve-se lavar bem as hortaliças e deixá-las de molho em uma solução de hipoclorito de sódio a 1,5% (uma colher de sopa de água sanitária diluída em um litro de água filtrada) por cerca de 30 minutos, antes de serem consumidas.