Estudante da UFV encontrado morto na Bahia pode ter sido vítima de atropelamento
Angelino fazia estágio em uma fazenda no município de Barreiras (BA)
O estudante de Agronomia da UFV, Angelino Teixeira da Cruz Neto, de 27 anos, encontrado morto em uma rodovia no interior da Bahia, próximo a uma fazenda onde fazia estágio, pode ter sido vítima de atropelamento. Essa é a conclusão da família e da empresa na qual a vítima atuava como estagiário.
A reportagem do Folha da Mata conseguiu confirmar que tanto a empresa quanto a família já receberam informações preliminares do exame realizado no corpo de Angelino, que mostra ferimentos no abdômen e no tórax provocados por pneus e nenhuma outra marca de violência.
A Polícia Civil da Bahia informou ao Folha da Mata que o laudo ainda não foi liberado, mas já é possível concluir que não há indício de crime, ou seja, Angelino não teria sido vítima de assassinato.
O corpo do estudante foi encontrado sem vida na manhã do último domingo, 7, na rodovia BA-460, nas prioridades de uma fazenda na zona rural de Barreiras, na região oeste da Bahia. O corpo de Angelino foi sepultado na tarde de terça-feira, 9, no distrito de Santa Maria, em Campos (RJ).
Angelino fazia estágio na Schmidt Agrícola, empresa especializada em gestão de lavouras, desde agosto de 2023. Ele atuava em uma fazenda na zona rural de Barreiras, onde morava em um alojamento, junto com outros colaboradores, na própria fazenda.
POSSÍVEL ATROPELAMENTO
A reportagem do Folha da Mata conversou com a gerente de recursos humanos da empresa, Juliana Carvalho, que atuou no suporte à família da vítima e no relatório do setor de segurança do trabalho da empresa. Ela contou que foi uma das primeiras a chegar no local onde o corpo de Angelino foi encontrado, há poucos metros da entrada da fazenda, e narrou eventos da noite anterior que podem ajudar a explicar o que aconteceu com Angelino.
Câmeras de segurança de um restaurante da região mostram Angelino e um grupo de colegas bebendo no estabelecimento. As imagens mostram Angelino entrando no carro de colegas prestadores de serviço na região, que deram carona para Angelino até as proximidades da fazenda. Eram 2h09 quando a câmera registrou o carro deixando o restaurante.
Segundo o relato desses colegas, Angelino não queria que o carro entrasse na área do alojamento, por isso, pediu para que fosse deixado na rodovia, o que foi feito. Uma outra câmera registrou o mesmo carro chegando na vila onde esses colegas moram, às 2h17.
O que aconteceu entre a hora em que Angelino foi deixado na rodovia e o momento em que seu corpo foi encontrado morto, durante a manhã, não há certezas, pois nenhuma câmera registrou imagens da rodovia.
Especula-se que a vítima, devido ao estado de embriaguez, tenha passado mal e caído no asfalto e, em algum momento, algum carro pode ter passado por cima de seu corpo, provocando os ferimentos e a hemorragia interna constatada pelos médicos legistas. Informações preliminares do exame no corpo também apontam que Angelino não foi atropelado em pé, mas sim deitado, o que reforça a hipótese dele ter passado mal.
POSIÇÃO DA EMPRESA
A empresa informou que prestou assistência à família, inclusive ajudando na documentação para liberação do corpo e providenciando o translado do corpo via terrestre e aéreo para a cidade da família. A empresa também disse que está colaborando com as investigações, cedendo imagens de câmeras e informações que possam ajudar a esclarecer o fato.
Em um perfil nas redes sociais, os pais de Angelino divulgaram uma nota em que agradecem à empresa Schmidt Agrícola pelo suporte prestado.
Em uma nota conjunta, o DCE da UFV e a União Estadual dos Estudantes pedem às autoridades que investiguem a morte do estudante.
LUTO
A UFV lamentou o falecimento do estudante em uma nota, informando que ele ingressou na UFV em 2017, no curso de Engenharia Agrícola e Ambiental, e desde 2020 era aluno do curso de Agronomia.
A Atlética das Engenharias e o Departamento de Agronomia também lamentaram a partida precoce do estudante, que, de acordo com aqueles que conviveram com ele, “iluminava a vida de todos à sua volta”.
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