Estado embarga parcialmente atividade da ZMM em Teixeiras e Pedra do Anta
Pelo menos metade das operações da empresa na região foram suspensas após fiscalização estadual constatar crimes ambientais
A Prefeitura de Teixeiras divulgou na tarde de ontem, 13, a informação de que a empresa Zona da Mata Mineração (ZMM) teve seu projeto de exploração de magnetita parcialmente embargado pela Semad (Secretaria de Estado de Meio Ambiente).
De acordo com o vídeo de esclarecimento divulgado pela Secretaria de Governo, a empresa teve duas das quatro cavas (nome dado às áreas de exploração) embargadas pela Supram-ZM (Superintendência Regional de Meio Ambiente da Zona da Mata) em julho deste ano. Foram embargadas as cavas 3 e 4 devido a pelo menos três crimes ambientais constatados, como desmatamento ilegal de dois hectares de mata nativa, expansão da Área Diretamente Afetada (ADA), ou seja, abertura de frente de lavra sem o devido licenciamento ambiental e disposição de rejeito em cava sem licenciamento.
Lideranças da comunidade São Pedro, atingida pela ZMM, junto com o MAM (Movimento pela Soberania Popular na Mineração) foram os autores das denúncias que levaram o Ministério Público a demandar a atenção da Supram para o caso. A prefeitura de Teixeiras alega ter recebido, no dia 17 de junho deste ano, o auto de fiscalização acompanhado do auto de infração informando o embargo.
No vídeo, a engenheira ambiental da Prefeitura ressalta que a fiscalização que sucedeu no embargo parcial das atividades, não foi promovida pela Prefeitura, e sim pela Supram-ZM/Semad. Ela lembra, inclusive, que a Prefeitura e ré no processo que denuncia o desabastecimento de água na comunidade São Pedro. Segundo a Prefeitura, as demais atividades da ZMM que não sofreram embargo continuam operando normalmente. Por fim, os representantes da Prefeitura salientam, no vídeo, que estão colaborando para que a situação seja resolvida e não haja demissões.
Em nota, o MAM (Movimento pela Soberania Popular na Mineração)declarou que, junto das famílias atingidas da comunidade, estão há três anos denunciando esses e vários outros possíveis crimes ambientais e violações de direitos na região. “É urgente que as autoridades de justiça se sensibilizem com o sofrimento das centenas de famílias de Teixeiras, Pedra do Anta, Viçosa, Piranga, Itaverava e Conselheiro Lafaiete impactadas dia e noite pelos enormes danos causados pela ação criminosa da ZMM em nossa região e cumpram seu papel de exigir da ZMM o cumprimento a lei”, destaca a entidade.
A reportagem tentou contato com a sede da mineradora, mas as ligações não foram atendidas.
SOBRE A ZMM
A Zona da Mata Mineração (ZMM) é uma empresa de Minas Gerais, com capital 100% nacional. Foi fundada pelo engenheiro de minas Roberto Emil e pela geóloga Maria do Carmo Schumacher, em 2015, tendo iniciado as atividades de pesquisa geológica um ano depois e formalizando a ZMM em 2017.
A ZMM possui 22 direitos minerários, entre os municípios de Amparo da Serra e Ubá, na região da Zona da Mata mineira. A primeira fase de extração do minério de ferro iniciou-se em São Pedro, localidade rural na divisa dos municípios de Teixeiras e Pedra do Anta. Nela estão implantadas duas unidades de tratamento mineral (uma a úmido, em Teixeiras; e outra a seco, em Pedra do Anta), com capacidade produtiva de 300 mil toneladas/ano cada uma.
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