Descumprimento do Piso da Educação será tema de audiência pública hoje em Viçosa

Audiência foi solicitada pelo vereador Daniel Cabral (PCdoB)

Descumprimento do Piso da Educação será tema de audiência pública hoje em Viçosa

Nesta quarta-feira  (31), às 18h, profissionais da educação estarão reunidos no Plenário da Câmara com o objetivo de discutir sobre o Plano de Carreira e o Piso Salarial dos professores em Viçosa. A classe denuncia que a Prefeitura não está cumprindo a legislação municipal. A audiência pública foi solicitada pelo vereador Daniel Cabral (PCdoB).

Em janeiro deste ano, foi aprovada a lei municipal nº 3.003/2023, que dispõe sobre o estatuto e o plano de carreira dos trabalhadores em educação da rede pública municipal. No entanto, o vereador Daniel Cabral tem usado seu tempo de fala na Câmara paar denunciar que o Executivo não está cumprindo o piso salarial dos profissionais da educação.

Paulo Grossi, diretor estadual do Sind-UTE/MG, utilizou recentemente a tribuna livre da Câmara para relatar a situação. Segundo ele, a Prefeitura está aplicando um teto salarial, isto é, estipulando um valor máximo que o trabalhador pode receber em sua categoria profissional, sem levar em conta o piso salarial e o plano de carreira que progride com o tempo. “O município opta por pagar o mínimo possível no salário inicial das carreiras do magistério, adotando a proporção do valor do piso nacional de 40 horas para as 24 horas da carreira do profissional”, denuncia. Grossi explica que, para a jornada de 40 horas, o valor de R$ 4.420,55 deve ser aplicado como o inicial das carreiras e não como um valor máximo (teto). “É entristecedor perceber que um profissional da educação com título de doutor tem a mesma remuneração que um profissional do nível de magistério”, desabafa.

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A tabela de cima mostra a progressão salarial estabelecida em lei e, a de baixo, é um levantamento do Sind-UTE que mostra o que a Prefeitura está efetivamente pagando. 

 

Nas tabelas, é possível compreender melhor essa relação estabelecida por Grossi. Elas foram retiradas do boletim informativo do Sind-UTE de Viçosa e mostram o que a lei estabelece e o que o município está efetivamente pagando.

A tabela é organizada por graus, sendo a formação acadêmica localizada na vertical e os níveis na horizontal. Cada intervalo entre os níveis equivale a três anos na carreira do profissional. Um trabalhador, por exemplo, que esteja localizado no nível 11, possui 33 anos de atuação. A remuneração deste profissional dependerá do seu grau acadêmico e anos de atuação e o vencimento básico começa a partir do valor regulamentado pelo Piso Salarial Profissional Nacional (PSPN).

De acordo com o boletim deste mês do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais - Subsede Viçosa (Sind-UTE), o valor correto a ser pago deveria ser de R$ 2.652,33 para o nível médio e R$ 3.315,41, conforme os valores proporcionais do Piso do ano de 2023, assinados na portaria do Ministério da Educação aplicados a carreiras do magistério, tendo como valor de referência R$ 4.420,55 para 40 horas. No entanto, o valor considerado pelo município é de R$ 2.221,42, menor do que a proporção do Piso Nacional de 2022. Além disso, o boletim ressalta que esses valores correspondem, hoje, a uma perda salarial mensal de R$ 430,91 para o nível médio e R$ 538,64 para o nível superior de escolaridade.

Para Daniel Cabral a situação é preocupante, principalmente aos aposentados da educação que não são beneficiados com os reajustes. “Quando há um Executivo que não está pagando o piso salarial dos profissionais da educação, ele está descumprindo uma medida federal e, acima de tudo, desvalorizando esses profissionais que dedicaram muito tempo de suas vidas”, explica.